Duas semanas, três Estados, sete cidades e R$ 1 mil. Com base nesses números, é possível fazer uma viagem que contempla algumas das principais cidades do Nordeste. Para quem gosta de viajar solo, sem alugar carro nem contratar agências, um aviso: confira antes se a rota que você pretende fazer é contemplada por uma linha de ônibus. O transporte coletivo nesta parte do Brasil não oferece serviços muito abrangentes.
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JOÃO PESSOA (PB) – 2 dias
A Ponta dos Seixas, ponto mais oriental da América, fica em João Pessoa. É bom checar a tábua de marés antes de se dirigir até lá. O ideal é pegar a maré baixa para enxergar os corais e conseguir contornar a falésia de Cabo Branco a pé. Na maré alta, o trecho fica intransitável. No alto fica o Farol de Cabo Branco. A construção tem um formato estrelado intrigante, mas não se pode dizer que é o ponto turístico mais interessante do mundo.
O centro do município, com ruas inclinadas, tem prédios históricos charmosos, alguns restaurados, outros com ar de abandono – o que também tem seu encanto – . Antigas igrejas também fazem parte do roteiro por essa parte da cidade. A beleza da Igreja de São Francisco impressiona.
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CABEDELO (PB) – 1 dia
Uma das atrações mais famosas associadas à Paraíba não fica em João Pessoa. O clássico pôr do sol na Praia do Jacaré acontece em Cabedelo, município vizinho à capital paraibana. O Rio Paraíba é palco da apresentação de Jurandy do Sax que, desde 2001, toca o Bolero de Ravel em um barquinho no rio, enquanto o sol desaparece. Ali, pelo calçadão na beira do rio, ficam lojas e banquinhas vendendo artesanato e suvenires da região.
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RECIFE (PE) – 5 dias
Na capital pernambucana, conhecer a praia de Boa Viagem é obrigatório, mas a orla é típica de uma praia urbana: muito concreto e poucas árvores. Constantes placas alertam para o risco de ataques de tubarão e causam curiosidade e riso nos turistas, mas a seriedade dos alertas dos moradores locais ressalta o perigo. A recomendação é não entrar no mar por ali.
Uma das partes mais simpáticas de Recife é a central. Pontes sobre os rios Beberibe e Capibaribe, praças e prédios históricos dão grande charme à área. O entorno da Praça da República é um exemplo da combinação: entre as pontes Santa Isabel e Buarque de Macedo e cercada pelos prédios do governo de Pernambuco, do Palácio da Justiça e pelo Teatro Santa Isabel. O Marco Zero também fica pelo centro e é ponto de encontro na cidade. Próximos ao letreiro “Recife”, jovens fazem manobras de patins, enquanto turistas e moradores passeiam pelo calçadão e pelo complexo Armazéns do Porto contemplando o Parque de Esculturas Francisco Brennand.
Brennand é nome constante no turismo da cidade. A Oficina Cerâmica Francisco Brennand atua como museu e ateliê do artista. O Instituto Ricardo Brennand é um centro cultural que abriga galeria, biblioteca, parque de esculturas, capela e castelo.
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OLINDA (PE) – 1 dia
Vizinha a Recife, Olinda é encantadora. Saindo de manhã e voltando no fim da tarde, o turista consegue visitar os pontos mais conhecidos do município. Na Cidade Baixa, estão a praia e um aperitivo do que mais se vê na Cidade Alta e em suas belas – e cansativas – ladeiras: igrejas e construções coloridas em estilo colonial. O destaque é a região do Alto da Sé: ali ficam uma catedral, um mercado de artesanato, uma feira de comida típica nordestina, os tradicionais bonecos de Olinda espalhados por agremiações e lojas, um observatório e um largo com vista espetacular da costa e da cidade, principalmente ao pôr do sol.
O descanso do sobe e desce das ruas da cidade se deu em um lugar tradicional: na Tapiocas da Vovó. Próximo às mesas onde se degusta a iguaria do Nordeste, macacos micos descem das árvores para comerem as bananas oferecidas pelo funcionário do local.
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CARUARU (PE) – 1 dia
A capital do Agreste é famosa pela Feira de Caruaru. Outro ponto conhecido da cidade é o Alto do Moura. O bairro é conhecido pelo artesanato e pelos restaurantes que servem bode assado, prato típico nesta parte do Brasil.
A seca, problema histórico da região, parece não afetar os turistas. Moradores relatam que não é raro ficar sem água na torneira por uma semana, mas em shoppings e hotéis, isso não acontece.
PORTO DE GALINHAS (PE) – 2 dias
Um dos balneários mais conhecidos do Nordeste e do Brasil fica no município de Ipijuca, em Pernambuco. O clima praiano de Porto de Galinhas é evidente: ruas sem asfalto, calçadões por onde as pessoas passeiam com traje de banho, construções baixas e simples, feirinhas e lojinhas (entre elas, algumas que vendem bolo de rolo, doce delicioso típico do Estado). A parte mais turística da cidade é dividida por praças, o que, em um primeiro momento, pode dificultar a localização do viajante.
As piscinas naturais são as atrações mais famosas da região. Há duas alternativas para chegar até elas: pagar uma jangada ou nadar. Dependendo da maré, será necessário caminhar pelos recifes de corais – cuidado para não pisar nos ouriços é fundamental para não se machucar. O aluguel do snorkel sai por uns R$ 20, e é legal ir observando o fundo do mar ao longo dos 200 metros que separam a beira da praia das piscinas.
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MACEIÓ (AL) – 3 dias
A orla da capital alagoana é muito bonita. Palmeiras, áreas verdes e a linda cor do mar distraem os olhos. Em Ponta Verde, há um letreiro “Eu S2 Maceió”, onde é praticamente impossível não parar para tirar fotos. Em Pajuçara fica uma famosa feirinha de artesanato. Ali por perto é possível alugar pranchas e remos de stand-up paddle por R$ 20. Esta parte do litoral está poluída, mas, mesmo assim, algumas pessoas se aventuram.
Para uma água mais limpa, uma opção é ir até as piscinas naturais de Pajuçara, que ficam a uns dois quilômetros da praia. Os jangadeiros cobram uma média de R$ 20 por pessoa e ficam parados nos corais por mais ou menos uma hora. O esquema é o mesmo de qualquer piscina natural: dar preferência aos horários de maré baixa, em dias sem muito vento nem depois de chuvas. O aluguel do snorkel sai por R$ 10. Jangadas-bar oferecem opções de comida e bebida.
O Palácio Floriano Peixoto, mais conhecido como Palácio dos Martírios, no centro de Maceió, propicia um passeio histórico. Um tour gratuito pela antiga sede do governo de Alagoas percorre partes do prédio datado de 1902. Há dois ambientes especiais. O Memorial Lêdo Ivo, em homenagem ao escritor maceioense, e o Espaço Aurélio Buarque de Holanda, ao dicionarista alagoano.
Para ostentar, vale a pena um jantar no famoso Bodega do Sertão. O restaurante chama a atenção por causa do enorme bule na fachada da casa e por seu buffet com comida típica do Nordeste.
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