6 vulcões para conhecer no Equador

vulcões
O Cotopaxi é um dos vulcões mais conhecidos do Equador

O Equador tem quase uma centena de vulcões. Muitos deles podem ser conhecidos por visitantes, pois contam com refúgios e até pequenos complexos turísticos. A maioria requer algum condicionamento físico e alguns conhecimento técnico de escalada.

VULCÕES EQUATORIANOS

Descubra abaixo seis vulcões equatorianos possíveis de se conhecer. Nenhum deles cobra entrada. O único gasto que se tem é com transporte, alimentação e guia quando necessário. A dica é sempre respeitar os limites do clima, do terreno e do próprio corpo.

CHIMBORAZO

O Chimborazo fica a 6310 metros sobre o nível do mar. É o vulcão mais alto do mundo desde o centro da Terra, a 6384 quilômetros do nosso núcleo. Seu cume foi alcançado pela primeira vez em 1880. Contudo, quem não tem treinamento suficiente para fazer o caminho completo pode conhecer parte dele. É importante abrigar-se com casaco, luva, touca e cachecol, pois as temperaturas são bem baixas.

O lago Condor Cocha fica acima do segundo refúgio do Chimborazo

A entrada fica a 4386 metros sobre o nível do mar. O primeiro refúgio está a 4800 msnm. O segundo, a 5000. Cem metros mais alto fica o pequeno lago Condor Cocha. Na entrada é preciso fazer um registro e a reserva possui um carimbo para os que gostam de estampar o passaporte.

Até o primeiro refúgio, a oito quilômetros da entrada, é possível chegar em veículo (mas motos não são permitidas). Os que usaram transporte público têm duas opções: caminhar ou pegar carona. É uma subida árdua, fria e em altura, então optei por levantar o dedão as duas vezes que fui – decidi voltar, pois minha primeira visita foi em um dia completamente nublado.

CHIMBORAZO: os refúgios
Carrel é o primeiro refúgio do Chimborazo

No primeiro refúgio há um estabelecimento comercial que vende bebidas quentes e algumas comidas. Para se ter uma ideia, um pastel de forno custa US$ 1,50 (uns R$ 6) e um chá vale US$ 1 (cerca de R$ 4). Aqui os alpinistas (nesse caso, andinistas) tem um espaço para dormir. Após uma caminhada de 950 metros, que em geral demora uns 45 minutos, chega-se ao segundo refúgio.

O Whymper é o segundo refúgio do Chimborazo

Há um café e cadeiras para descansar. Uma subida de mais 15 minutos leva até a laguinho. A volta andando pelo caminho das bicicletas é agradável. Demora mais ou menos duas horas e inclusive há chances de avistar vicunhas e flora nativa.

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CHIMBORAZO: como chegar

Dois bons municípios para serem base para a viagem ao Chimborazo são Riobamba e Ambato – que também dão acesso a outros vulcões. Riobamba é o mais próximo, a 50 quilôemtros – de fato, o vulcão é avistado desde a cidade em dias claros.

O Chimborazo tem fácil acesso

Deve-se tomar o ônibus a Guaranda e descer na entrada da Reserva de Producción de Fauna Chimborazo. A viagem demora aproximadamente uma hora. É bom ir cedo, pois quanto mais tarde, maior a probabilidade que nuble. É fácil pegar carona para voltar.

O Chimborazo pode ser visto desde Riobamba

Ambato fica a uns 80 quilômetros do vulcão. É preciso pegar dois ônibus, um em direção a Guaranda por US$ 1,50 (uns R$ 6), baixar em uma intersecção e tomar o coletivo a Riobamba por US$ 0,50 (R$ 2). No total são duas horas de viagem. Também dá para voltar de carona.

QUILOTOA
Quilotoa é um dos vulcões que virou lagoa

A lagoa formada em Quilotoa, com 307 hecteres de superfície, é resultado da erupção e colapso do vulcão. Sua última explosão foi há aproximadamente 800 anos e por isso ele é considerado inativo. É possível caminhar ao redor da cratera, em um percurso que demora mais ou menos quatro horas.

Na beira do lago há aluguel de caiaques por US$ 3 (uns R$ 12) cada 20 minutos. O tempo de descida é de mais ou menos meia hora. É importante ter um calçado adequado para não resvalar. A subida é bastante pesada e tardou mais de uma hora. Vi famílias com crianças pequenas e me pareceu um pouco cruel com os pequenos, pois é um esforço bem grande, ainda mais a quase 4 mil metros sobre o nível do mar.

O caminho para chegar – e voltar – da lagoa é pesado

Há burros e cavalos de aluguel, contudo nunca contrato este tipo de serviço. Observei em várias trilhas e outros vulcões que os animais não são bem cuidados. Além disso, são muito exigidos, pois sobem e descem as encostas diversas vezes ao longo do dia.

Animais são usados para ajudar a subida dos turistas

A melhor cidade para usar de QG para ir a Quilotoa é Latacunga – e também serve para outros vulcões. Desde lá, o ônibus custa US$ 2 (uns R$ 8). A entrada se realiza entre 7h e 16h. Supostamente o último veículo de volta a Latacunga sai às 16h (mas o pegamos às 16h15min). É permitido acampar próximo à lagoa.

COTOPAXI
O Cotopaxi expulsa vapores com frequência

As melhores cidades para ficar para conhecer o vulcão Cotopaxi são Ambato, Latacunga e Quito. Eu saí desde a capital do Equador, pois fui em um passeio da Cotopaxi World Tour. A empresa não tem horários fixos e adapta os horários de acordo com a necessidade dos clientes. Os valores variam de acordo com a quantidade de pessoas, podem ser de US$ 25 (uns R$ 100) por pessoa com um grupo mínimo de oito pessoas.

A subida ao Cotopaxi não é das mais difíceis
COTOPAXI: O TOUR

O encontro foi ao redor das 7h30min no hotel do casal que ia fazer o tour comigo. Chegamos às 9h30min no local de registro. Cerca de uma hora depois o carro chega ao estacionamento, a 4.500 metros sobre o nível do mar. A subida a pé até o refúgio a 4.864 msnm demora mais ou menos 40 minutos.

O Cotopaxi conta com refúgio para turistas e atletas

De lá dá para seguir até a trilha ao glacial, mas não fui pois tinha que me manter dentro do cronograma do casal. Afinal eles demoraram mais do que se esperava e tive que esperar mais de uma hora no frio perto do carro para que o guia voltasse – tempo suficiente para haver visto a massa de gelo. A descida demora cerca de 20 minutos.

O glacial do Cotopaxi pode desaparecer nos próximos anos

De acordo com o guia, o glacial diminui aproximadamente um metro por ano por causa do aquecimento global. Quem tem condicionamento físico suficiente pode subir ao cume, a 5.897 mentros sobre o nível do mar. Uma placa indica que este é o segundo vulcão ativo mais alto do mundo. Sua erupção mais recente foi em 2015.

COTOPAXI: ATRAÇÃO EXTRA
A Lagoa Limpiopungo é uma das paradas na volta do Cotopaxi

Visitar esse é um pouco mais caro do que os outros vulcões, pois é obrigatório o acompanhamento de um guia ao entrar no Parque Nacional Cotopaxi. No tour também visitamos outra atração do parque, a lagoa Limpiopungo. Faz muito frio na beira do lago, pois dois ventos se cruzam nesse local, segundo informações do guia.

RUCU PICHINCHA
Um teleférico auxilia no ascenso ao Pucu Pichincha

O Ruchu Pichincha é um vulcão cujo cume é acessível para quem não tem experiência em alta montanha. Seu ponto mais alto é 4.696 metros sobre o nível do mar. Um teleférico ajuda na subida. A estação, a seis quilômetros do centro de Quito, está a 2.950 msnm. Uma viagem de 18 minutos – que percorre 2,5 quilômetros – leva os visitantes até uma altura de 4.050 msnm. O trajeto de ida e volta custa US$ 8,50 (uns R$ 18).

Como em outros vulcões, cavalos são utilizados para a locomoção de turistas

O passeio vale até para quem não pretende explorar o vulcão. Perto da estrutura de chegada do teleférico há miradores em que se vê Quito e sua imensidão. Os que querem conhecer melhor o Rucu Pichincha, mas não encaram a caminhada até o topo têm a opção de alugar cavalos por aproximadamente US$ 25 (uns R$ 100), que levam os turistas até um pouco além da metade da trilha.

RUCU PICHINCHA: A CAMINHADA
As características da trilha mudam bastante ao longo do caminho

Os visitantes que decidem encarar o desafio devem ter em conta que a caminhada é bastante pesada. Comecei a andar às 10h30min e alcancei o cume às 14h30min. São cerca de cinco quilômetros de distância. A trilha começa bem demarcada e mais para o final se torna um pouco mais complicada, sendo necessário escalar pedras. A volta demora aproximadamente uma hora e meia.

Próximo ao fim do caminho o chão brilha, característica comum entre alguns vulcões. Um guia local explicou que isso acontece por causa do reflexo nos pequenos cristais formados pelo esfriamento rápido da lava. A última erupção do Rucu Pichincha foi em 2002. No topo há uma placa sinalizando a altura alcançada. Pássaros aterrizam por ali e não têm medo dos turistas.

PULULAHUA
Pululahua é uma cratera vulcânica utilizada como lar por algumas pessoas

O Pululahua fica a 35 quilômetros do centro de Quito, nas parroquias Calacalí y San Antonio de Pichincha. É uma das duas crateras vulcânicas do mundo habitada por seres humanos. Cerca de cem pessoas vivem na comunidade San Isidro, criada antes de o lugar ser declarado área protegida.

VEJA AQUI OS POSTS SOBRE QUITO

A Reserva Geobotánica Pululahua foi o primeiro Parque Nacional criado na América do Sul. Um guia local contou que somente quem já possui uma casa ali tem permissão para morar neste local, e que em três gerações todos devem sair.

Este vulcão é considerado ativo, e sua última erupção foi há 2,3 mil anos. Descer desde o mirador até a cratera demora cerca de 30 minutos. A subida leva uma hora aproximadamente. O Pululahua fica a cerca de seis quilômetros da Mitad del Mundo. Para acessá-lo, é preciso pegar um ônibus até o monumento e depois outra locomoção até o vulcão. O melhor horário para ir é entre o meio dia e as 14h, pois depois pode nublar.

CUICOCHA
Cuicocha é um vulcão com lagoa e ilha

A lagoa de Cuicocha lembra um pouco Quilotoa. É uma caldeira vulcânica potencialmente ativa, cuja erupção mais recente foi a mais de 2,9 mil anos. Ela faz parte do complexo vulcânico Cotacachi-Cuicocha, na Cordilheira Ocidental dos Andes Equatorianos. Na plataforma são oferecidos passeios em barco.

São necessárias cerca de cinco horas para dar a volta na cratera

Como em Quilotoa, pode-se caminhar ao redor da cratera. Comecei o trajeto às 11h20min, péssimo horário em função do sol. O mais recomendado é fazer o trajeto no sentido anti-horário, pois há menos subidas. Não sabia disso e me cansei mais. Terminei o percurso às 15h40min. São 14 quilômetros em uma altura que varia dos 3.100 metros sobre o nível do mar aos 3.450 msnm.

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Para chegar a Cuicocha é necessário ir à cidade de Cotacachi – o ônibus de Ibarra até lá custa US$ 0,65 (cerca de R$ 2,60). Dali se toma um táxi de US$ 5 (uns R$ 20) até a lagoa. É preciso ter sorte ou combinar para que o taxista busque os turistas, pois não há um ponto fixo no vulcão. Eu voltei de carona até a estrada principal e dali peguei um ônibus para Ibarra. Também dá para alojar-se nas cidades de Cotacachi e Otavalo.

COTOPAXI WORLD TOURS
cotopaxiworldtours.com
www.facebook.com/Cotopaxiworldtours
24 de Junio y Vicente León

+593998756619
cotopaxiworldtours@outlook.es

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MAPA:

* O tour para o vulcão Cotopaxi com a Cotopaxi World Tours foi uma permuta com o Me Leva Embora Estrada Afora – passeio em troca de uma citação no post no blog. As opiniões contidas no texto são independentes e baseadas na experiência que tive lá.*

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3 comentários Adicione o seu

  1. Cristiane diz:

    Olá, infelizmente não terei tempo para visitar todos os vulcões que gostaria..qual vale mais a pena, cotopaxi ou chimborazo?

    1. melevaemboraestradaafora diz:

      Oi, Cristiane. Acho que o Chimbo é mais legal, pois é mais fácil e mais barato de chegar. E também são dois refúgios, dá pra ter um contato maior com o vulcão

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