Puyo + Tena + Puerto Misahuallí

O passeio no rio foi o ponto alto da visita à Amazônia equatoriana

Apesar de ser brasileira, tive o primeiro contato com a Amazônia no Equador. Puyo e Tena foram minhas bases para explorar um pouquinho da floresta. Meus planos de viagem não incluíam a selva, mas como viajar no país é muito fácil, rápido e barato, decidi incluí-la no roteiro. Me parecia um desperdício não visitá-la, já que a maioria dos lugares tem acesso terrestre, enquanto que em outras nações em que eu havia estado (Brasil, Bolívia, Peru e Colômbia) era necessário tomar aviões ou barcos.

Esculturas homenageiam as sete nacionalidades de Puyo

Cheguei Puyo depois de uma viagem que custou US$ 3 (uns R$ 12) e demorou uma hora e meia desde Baños. A cidade se localiza no Cantón Pastaza, o mais diverso em temas étnicos e culturais do país, com sete nacionalidades (o que conhecemos como tribos: Shuar, Kichwa, Sapara, Achuar, Andwa e Shiwiar e Waorani. Seu nome provém do vocábulo kichwa puyu, que significa “cidade neblina”.

Um monumento em homenagem a essas culturas e um letreiro com o nome da cidade foram instalados próximos à torre de onde tem-se uma bela vista da região. Ali perto está o Parque Etnobotânico Omaere. A caminhada na beira do Rio Puyo, onde também é possível banhar-se, é uma boa maneira de desfrutar a natureza.

COMUNIDADE INDICHURIS
Desde o mirador da se tem uma visão da floresta

A uns 30 quilômetros do centro está a comunidade Indichuris. Cheguei lá depois de pegar um ônibus no centro da cidade que me deixou na rodovia E45, de onde caminhei uns 15 quilômetros. A entrada ao mirador custa US$ 3 (uns R$ 12) e dá direito a sentar-se nas redes e andar em um balanço com vista para o rio. Ali do alto se tem uma noção da imensidão da mata.

TENA

Assim que rumei para um município ainda mais para dentro da região selvática. A viagem de Puyo a Tena demorou um pouco mais de duas horas e custou US$ 3,50 (uns R$ 14). Minha ideia inicial era visitar a Caverna Jumandy. Afinal não entrei, pois o valor mínimo cobrado pelo guia é de US$ 15 (uns R$ 60), que pode ser dividido por até três pessoas, mas eu estava sozinha. O ônibus até lá vale US$ 1 (uns R$ 4) e demora 30 minutos.

Aproveitei o tempo que não gastei na gruta para passear pelo centro da cidade. Degustei guayusa, um chá típico da região, e Chontacuro, que são espetinhos de larvas assadas (chamadas gusanos) – e me senti Simba, Timão e Pumba comendo insetos em O Rei Leão: “viscoso, mas gostoso”. O prato, que acompanha a bebida, aipim e salada, vale US$ 3 (uns R$ 12). Em alguns restaurantes se pode ver o animal vivo em potes com terra.

O ASSALTO

A pior coisa que me aconteceu durante essa viagem de mais de um ano pela América do Sul foi em Tena. Depois de subir à torre que permite uma vista 360° da cidade, caminhei pelo Parque Amazônico, uma área muito arborizada no encontro dos rios Tena e Pano, e sofri um assalto. O local é muito bonito, mas desolado. O ideal é passear por ali com uma companhia.

O turista vê o parque e o encontro dos rios no mirador de Tena (ao fundo)

Enquanto andava deslumbrada com a beleza da Amazônia e cuidando para não cair pela estrutura pela qual caminhava, dois homens me abordaram e me fizeram entregar o celular, os fones e o dinheiro. A parte cômica da história é que não levaram minha câmera, que estava pendurada no pescoço, e ainda deixaram eu ficar com meu chip e cartão de memória.

tena
O Parque Amazônico está em situação de abandono
PUERTO MISAHUALLÍ

Também fiz um passeio a Puerto Misahuallí desde Tena. Adorei o lugar, a começar pela chegada ao povoado. Eu e meu amigo descemos do ônibus na praça central depois de uma viagem de 45 minutos pela qual pagamos US$ 0,75 (uns R$ 3) e havia micos brincando no gramado. Alguns passos mais e nos deparamos com outros desses bichinhos fofos comendo no telhado de uma casa.

Mas a atividade que mais desperta a atenção dos turistas é a volta em canoa pelos rios Misahuallí e Napo. As embarcações saem atrás do letreiro da cidade. O preço varia bastante e é importante pechinchar (claro, sempre pagando o que seja justo para o canoeiro). Nos ofereceram primeiro por US$ 50 (cerca de R$ 200), mas acabamos pagando a metade desse valor. O passeio incluía a visita a uma cascata e a uma comunidade indígena.

O letreiro é ponto de referência em Puerto Misahuallí

Era fim de tarde e o pôr do sol de dentro da água foi magnífico. Primeiro fomos à cascata, onde nos banhamos. Nosso guia ofereceu para levarnos a uma árvore milenária por US$ 5 (R$ 20) extras por pessoa e aceitamos a proposta. Caminhamos uns 15 minutos por dentro da mata e encontramos essa imensa planta.

LAGUNA AZUL
Uma corda está à disposição dos visitantes mais aventureiros

Antes de ir a Puerto Misauhallí, eu e meu amigo visitamos a Lagoa Azul, que de lagoa não tem nada. Na verdade, são algumas cascatas e piscinas naturais em afluentes do Rio Jatunyaco. Para quem gosta de emoção, dá para pendurar-se em cordas e saltar de pedras. A entrada ao complexo custa US$ 3 (uns R$ 12) e a passagem até lá, US$ 1,50 (R$ 6) cada trajeto. Há poucos horários de ônibus, então é preciso ficar atento.

HOSTEL ZUMAG SISA

Eu nunca tinha ouvido falar da Lagoa Azul até conhecer a Márcia, dona do hostel Zumag Sisa. Fiquei lá três noites. Ela, seu marido e outros funcionários são simpáticos e ajudam os turistas. Inclusive pude usar o computador da hospedagem para pesquisar modelos de celular depois do assalto.

O quarto compartilhado no terceiro piso é bem amplo, com dois beliches e duas camas, além de um balcão com pia. A diária neste dormitório gira em torno de US$8 (uns R$ 32). O banheiro é limpo. O chuveiro não conta com água quente, pois, em geral, o clima é quente e úmido em Tena. Um recipiente de sabonete líquido fica na pia e a cada dia os hóspedes recebem um pequeno sabonete pessoal.

No mesmo andar há um terraço com mesa de ping-pong e redes. Também pode-se utilizar a cozinha ao lado do quarto. Há estacionamento e churrasqueira. Às vezes os proprietários organizam pequenos jantares para os clientes e o custo é repartido entre todos. Também há opção de quarto privado com duas camas por US$10 (uns R$ 40) por pessoa ou um dormitório individual por US$ 13 (R$ 52). O albergue fica a menos que um quilômetro da rodoviária. O check-out é às 13h.

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MAPA:

* A estadia no Hostel Zumag Sisa foi uma parceria com o Me Leva Embora Estrada Afora – hospedagem em troca de uma citação em um post no blog. As opiniões contidas no texto são independentes e baseadas na experiência que tive lá.*

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2 comentários Adicione o seu

  1. Gabriella de Medeiros Abreu diz:

    Olá querida, adorei o post, estou montando um roteiro para o equador e estou sentindo muita dificuldade de encontrar relator de brasileiros na parte amazônica. Quantos dias você acha que são necessários para realizar estes passeios que você relata aqui? Obrigada.

    1. melevaemboraestradaafora diz:

      Oi, Gabriela. Que bom que tu gostou do post. Sim, são pouquíssimos os brasileiros que vão pra lá. Acho que quatro dias são o suficiente. Boa viagem!

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