Ir para o Uruguai com carro próprio é uma ótima opção para os que moram no sul do Brasil e dispõem de um pouco mais de tempo para explorar o país vizinho. A viagem pode ser feita diretamente Porto Alegre – Montevidéu em menos de 12 horas. Contudo, há algumas atrações no caminho que também merecem uma visita.
OS DOCUMENTOS
É necessário planejar a viagem Porto Alegre – Montevidéu com pelo menos um dia de antecipação. Isso em função dos papéis do veículo. Um deles é a carta-verde, seguro de responsabilidade civil obrigatório. O valor depende da cotação do dólar e da quantidade de dias solicitados.
Em dezembro de 2018, custou R$ 95 para quatro dias. Em setembro de 2019, R$ 133 por oito dias. Já em fevereiro de 2023, não precisei pagar, pois já estava incluso no seguro do carro. Só precisei imprimir o documento em um papel verde.
leia aqui sobre valizas e punta del diablo, duas praias no meio do caminho
O apostilamento foi um procedimento necessário em 2018. Ele legalizou a documentação do veículo em um país da Convenção da Apostila da Haia. O preço pago no cartório foi de R$ 55. Como o proprietário do veículo não viajou junto, foi necessária fazer uma autorização. Em 2023, esse documento não foi feito.
O PEDÁGIO NO URUGUAI
Em meados de 2022, o país vizinho implementou um sistema de tags nos pedágios. Já não é mais possível pagar em dinheiro. Em fevereiro de 2023, perdemos mais de meia hora no primeiro pedágio que passamos para adquirir uma tag (sem custo) e recarregá-la (colocamos o suficiente para dois pedágios e pagamos 245 UYU). Lá, somente aceitavam pagamento em cartão de crédito. É preciso apresentar o documento do veículo para o registro do dispositivo.
Alguns postos de combustível e lojas Abitab aceitam pagamento em dinheiro. Contudo, entramos perguntamos em vários locais e eles não tinham a tag disponível, só conseguiam fazer recarga de quem já tivesse.
AS ESTRADAS PORTO ALEGRE – MONTEVIDÉU
São dois os principais caminhos para quem quer fazer o trajeto Porto Alegre – Montevidéu. Em ambos, é preciso pegar BR-116, (passando pelo meu acesso preferido da capital gaúcha, a Ponte do Guaíba), e seguir mais ou menos três horas e meia, – aproximadamente 240 quilômetros – até Pelotas.
Antes de chegar na Capital Nacional do Doce, passa-se por dois pedágios de R$ 15,20 – um em Cristal e o outro em Pelotas. O pagamento pode ser feito no débito. A partir daí, há a opção pelo caminho mais curto ou pelo mais transitado.
JAGURÃO – RIO BRANCO: CHEGADA PELA RUTA 8
O primeiro foi o que escolhi para fazer Porto Alegre – Montevidéu com duas amigas em dezembro de 2018. Saímos às 18h de Porto Alegre e chegamos às 3h em Montevidéu. Contudo, nesta época, o Uruguai estava uma hora atrás do Brasil, pois eles não têm horário de verão. Assim, foram mais ou menos 10 horas para percorrer os cerca de 805 quilômetros totais.
Saindo de Pelotas, segue-se pela BR-116 por mais 140 quilômetros até a fronteira Jaguarão/Rio Branco. Depois de passar Ponte Internacional Barão de Mauá, sobre o Río Yaguaron. finalmente, entra-se no Uruguai. Não é preciso parar nos postos de controle dali, somente seguir pela estrada da direita, a Ruta 26.
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Para os que chegam em horário comercial, dá para fazer um parada para visitar os free shops. Passando um pouco o centrinho, está o shopping Pando, com uma grande loja tax free e um posto de imigração. O antigo fica um par de quilômetros mais adiante e nem precisamos parar, pois já tínhamos realizado o trâmite antes.
É necessário mostrar os papeis do carro e um documento de identidade (RG em bom estado e com menos de 10 anos de emissão ou o passaporte). Em fevereiro de 2023, também pediram o certificado de vacinação contra Covid-19. Em geral, há pouco movimento nos guichês e o procedimento é feito em cinco minutos se tudo correr bem.
Deste ponto, ainda faltam aproximadamente 410 quilômetros até Montevidéu. São uns oito quilômetros pela Ruta 26 depois da aduana. Então, à esquerda, toma-se a Ruta 18 por 110 quilômetros até o seu fim, um pouco antes do município de Treinta y Tres. A conversão à direita na Ruta 17 leva até o centro da cidade, quando também esta rodovia termina. Ao entrar à direita na Ruta 8 parte-se a caminho de Montevidéu, a 290 quilômetros.
VEJA O VÍDEO DE TREINTA Y TRES GRAVADO EM OUTRA VIAGEM
Há um pedágio de R$ 15,20 em Capão do Leão, que também tem aceita cartão de débito. Já do lado uruguaio, foram dois pedágios de 123 pesos (uns R$ 20) desde a fronteira até a capital – que agora só podem ser pagos com a tag.
Também é bom ficar atento ao tanque. De maneira geral, quanto mais perto do país vizinho, mais cara a gasolina. Em 2023, o preço variava bastante. Em Tapes, havia postos por R$ 5,09, enquanto em Capão do Leão o litro chegava a R$ 5,31. Mesmo assim, é melhor abastecer no Brasil, pois no Uruguai é ainda mais cara – podendo passar dos R$ 10.
CHUÍ – CHUY: CHEGADA PELA RUTA 9
Quem tem mais tempo pode dividir a viagem Porto Alegre – Montevidéu em dois dias, aproveitando alguma das praias da costa atlântica. Para isso, depois de Pelotas, é preciso sair da BR-116 e entrar à esquerda na BR-471 por mais ou menos 265 quilômetros.
A sugestão é abastecer antes de Rio Grande, pois os postos são escassos a partir deste ponto. Dali foram quase três horas de viagem, que se tornam um pouco cansativas em função da longa reta ao atravessar a Estação Ecológica do Taim.
É preciso estar bem atenta ao volante, pois animais atravessam a pista constantemente – infelizmente, é comum ver seus cadáveres no asfalto depois de serem atropelados. As belezas naturais e a oportunidade de observar mamíferos, répteis e aves compensam a viagem demorada.
Partimos de Porto Alegre pelas 11h e chegamos no Chuí pelas 18h30min. Aproveitamos que os free shops e lojas fechavam somente às 20h e já compramos os primeiros alfajores para o pouco de estrada que nos restava. Os trâmites fronteiriços também são rápidos.
DESCUBRA AQUI UM ROTEIRO PELA COSTA DO URUGUAI
Das outras vezes que passei por lá, nem a carta verde exigiram (mas sempre bom ter em mãos). Contudo, estavam fazendo alguma operação padrão, revisando bagagens dos uruguaios e, a nós, pediram a carta verde, o documento do carro e a identificação da proprietária do veículo. De todos modos, todo o processo não demorou 10 minutos (mas em períodos de movimento, como foi o caso do Ano Novo 22/23, a fila demorou mais de uma hora).
Ingressamos então na Ruta 9, a mais importante do país, que conecta toda sua a costa atlântica. Da fronteira à capital são aproximadamente 325 quilômetros sem desvios. Nós tínhamos planos de visitar alguns balneários, então não a percorremos por completo.
PUNTA DEL DIABLO
Andamos somente uns 40 quilômetros até a entrada de Punta del Diablo e mais uns cinco pela via de acesso até o centro do vilarejo, onde fizemos o check-in no hotel pelas 20h. Fizemos o check out pelas 9h30min. Dirigimos uns 40 minutos até meu lugar favorito na Terra: Cabo Polonio. Foram 5km da via de acesso, 33km pela Ruta 9, menos de 10km pela Ruta 16 até Aguas Dulces e uns 13km até a Puerta del Polonio.
CABO POLONIO
Lá, compramos, por 250 pesos (uns R$ 30), as passagens do caminhão de ida e volta para o Parque Nacional, que partia às 10h30min. Menos de meia hora de sacolejar por entre as dunas, chegamos ao povoado, por onde passeamos até às 14h, horário de volta do 4×4. Pagamos os 190 pesos (uns R$ 25) da diária do estacionamento e às 14h já estávamos de volta à estrada.
Pegamos a Ruta 10 por pouco mais de 40 quilômetros, até La Paloma, onde, em vez de dobrar à esquerda para entrar na cidade – que já conhecíamos -, mas sim à direita, para pouco menos de 15 quilômetros pela Ruta 15 até Rocha.
PASSEIO EXPRESS
De volta à Ruta 9, em função do tempo, fizemos um caminho mais rápido, com direito a vista do Cerro Pan de Azucar, até Punta Negra, Punta Colorada, Piriápolis e Montevidéu. Passamos por três pedágios de 110 Pesos Uruguaios *valores de 2019* (uns R$ 15) – em Garzón, em Solís e um em Pando (que não nos cobrou, suponho que em função do grande movimento da volta do feriado da independência uruguaia, celebrado em 25 de agosto).
COM MAIS TEMPO
Contudo, o caminho mais legal – que requer mais tempo – é percorrer uns 20 quilômetros e entramos à esquerda para 10 quilômetros de chão batido até chegar novamente à Ruta 10 (que tem um corte na altura da Laguna de Rocha, por isso o desvio).
Por esse caminho de aproximadamente 100 quilômetros, pode-se passar pela moderna ponte da lagoa Garzón, por José Ignacio, La Barra, Punta del Este, Punta Ballena, Punta Negra, Punta Colorada e Piriápolis, onde curtimos um lindo anoitecer.
Outros 100 quilômetros levam até Montevidéu. Optamos sempre por seguir o caminho mais próximo ao Río de la Plata. Já na capital uruguaia, passamos pelas praias de Carrasco, Malvín, Buceo (e vimos o Greetingman), Pocitos (e vimos o letreiro) até chegar ao hotel em Punta Carretas.
CÂMBIOS NAS VIAGENS PORTO ALEGRE – MONTEVIDÉU
Dez/2018
1 Real – UYU 7,80
1 Dólar – UYU 31,60
Set/2019
1 Real – UYU 8,60
1 Dólar – UYU 35,60
Fev/2023
1 Real – UYU 7,50
VEJA O VÍDEO DE MONTEVIDÉU GRAVADO EM OUTRA VIAGEM
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MAPA PORTO ALEGRE – MONTEVIDÉU:
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*Artigo atualizado em setembro de 2019 e fevereiro de 2023*
Bela viagem, parabéns.
Estarei indo em fevereiro/2020 de carro com minha namorada para Buenos, Saidno do Paraná, farei tudo de carro também.
Em que local você realizou o cambio?
Estou pensando em voltar por Jaguarão, a estrada está boa?
Abraço
Oi, Cassio. Levei uns pesos que eu tinha e troquei dinheiro em um câmbio do bairro Pocitos. Mas na 18 de Julio tem vários lugares pra trocar tbm.
Adorei teu roteiro! Pretendemos ir em abril. Levarei meu pet (cachorro) sabe se tem alguma restrição, além da documentação dele, que precise levar.?
Obrigada!!
Oi, Rosângela! Que bom que gostou do roteiro. Espero que te seja útil. Pena, não se te dar essa informação sobre o cachorro. Mas boa viagem para vocês
Obrigado pelo post,estamos planejando esta mesma viajem para dezembro e foi muito útil
Que bom que o post ajudou, Cesar!
Adorei a tua rota de carro, isso sim é aproveitar bem o tempo e a viagem, vou pensar sério nisso, belo post.
Sim, Sarah. Tem que curtir o passeio!
Buenas. Muito bem.
Vou fazer o mesmo roteiro, ir pela rueta 9 e voltar pela 8.
sabe me dizer se é toda as faltada a Rueta 10? a que passa pela ponte circular.
Abraços
Oi, Cassio. A Ruta 10 não é toda asfaltada, mas todo o caminho que fiz dela é sim. Só o acesso até ela (quando sai da 9, ao sul de La Paloma), pega um pouco de estrada de terra. Boa viagem!
Olá. Saberia me informar se os pedágios até montevideo aceitam pagamento em reais ou somente em pesos?
Oi, Gilberto. Os pedágios uruguaios aceitam somente pesos. Até pagamos um em dólar, mas perdemos muito dinheiro (acho que o rapaz pagou do seu próprio bolso e ficou com a moeda americana para ele)
Muito boa a informação para quem deseja fazer essa viagem a partir do Brasil, de São Paulo no meu caso. Parabéns!
Fico feliz que tenha ajudado!!!
Olá. Quero fazer está viagem assim que está pandemia acabar!
Eles entendem bem o nosso português?
Muito obrigada
Oi, Isadora. Ah, tu vai adorar! Tomara que acabe logo essa coisa chata. Olha, nós entendemos melhor o espanhol do que eles o português. Mas nada que um sorriso no rosto e boa vontade não facilitem a comunicação.
Parabéns pelos posts!
Assim que as restrições de entrada não mais existirem, pretendemos ir de carro do interior de SP em 04 pessoas e seguir praticamente o seu roteiro até Montevideo e depois até Colonia Del Sacramento, deixar o carro lá e ir de barco até Buenos Aires. Seu posto me ajudou bastante. Abraço
Edemilson! Que bom ler esse comentário! Essa tua viagem vai ser linda! Dá uma conferida aqui no blog os posts de Colônia e Buenos Aires! Acho que podem te ajudar também! Um abraço e boa viagem!
Ola, adorei seu roteiro. Qual a situação das estradas entre Poa e mvd? Duplicadas? E o asfalto?
Oi, Otávio! Não sei te dizer agora como estão, mas na época estavam boas, principalmente a Ruta 9. Se não me engano, a maioria é pista simples.
Belo programa. Montevidéu é linda e seus habitantes simpaticíssimos, mais do que “hermanos”…
Lembro que, no caminho, existe a bela cidade de São Lourenço do Sul, distante 200 km de Porto Alegre, com suas belas praias. Fica à beira da Lagoa dos Patos, o maior lago brasileiro, o segundo maior da América do Sul e um dos maiores do mundo, cerca de apenas 7 km da BR-116 (a menor distância dessa rodovia para quem deseja conhecer essa monumental massa d’água). Existem bons hoteis e pousadas ou (para os que não querem pernoitar) apenas excelentes restaurantes com preços surpreendentemente baixos em comparação com restaurantes da capital.
É verdade, Edilberto! Escrevi sobre São Lourenço aqui https://melevaembora.com.br/2019/03/sao-lourenco-do-sul/
Muito legal Rafaela.
Que bom que gostaste de nossa “Pérola da Lagoa”.
Muito interessante tuas referências e comentários sobre São Lourenço do Sul.