Apesar da fama de Cartagena de Índias se der, em parte, em função do Mar do Caribe, acredito que a cidade não seja a melhor opção para quem tem a praia como prioridade. A parte histórica deste município da Colômbia é tão interessante, envolvente e singular que “perder tempo” atirado na areia ou dentro do oceano parece um desperdício, visto que isso pode ser feito em outros lugares.
Para ter contato com aquelas águas em tons de azul e verde que se associa às costas caribenhas, é preciso sair da região central de Cartagena e fazer um passeio de, no mínimo, um turno para Playa Blanca. Localizada na Ilha Barú, é possível chegar lá de carro ou de barco (recomenda-se que pessoas com tendência a enjoos escolham a primeira alternativa). Do molhe próximo à Torre del Reloj, no centro, saem lanchas rápidas e catamarãs em direção ao arquipélago Islas de Rosário, do qual Barú faz parte.
O Oceanario
Algumas embarcações fazem um desvio até a Ilha San Martín de Pajarales para uma visita ao Oceanario. É uma parada de cerca de uma hora em que turistas se entretêm observando diversas espécies marinhas. Os golfinhos são as maiores atrações do lugar. Os visitantes se amontoam nas bordas da área de apresentação para assistirem os animais darem piruetas. Alguns viajantes escolhem por pagar para tirar fotos e acariciar as estrelas do show.
Playa blanca
Em seguida, o barco volta para o local pelo qual todos anseiam: Playa Blanca. A chegada à praia é impressionante. Foi minha primeira (e única, por enquanto) vez no Caribe e a visão daquela mescla de cores enche o peito de felicidade. O azul se mistura com o verde na água, que bate na areia branca, que tem, ao fundo, uma vegetação verde. Pequenas construções com teto de palha marrom completam a imagem que parece saída de uma obra de arte.
O banho de mar é gostoso, com água morna e clara. Mas não translúcida. Talvez fosse a maré daquele dia, mas apenas na parte mais rasa foi possível ver com clareza o que estava submerso. E, por causa da grande quantidade de vegetação ao redor da praia, algumas pedras e galhos acabam no oceano e podem atrapalhar o banhista.
Para ficar em Playa Blanca
Eu e meus amigos da Aiesec optamos por pernoitar em Playa Blanca. Era fim de semana e havia muita gente por lá. Por isso, logo que descemos do barco começamos a procurar onde nos hospedaríamos. Alguns optaram por dormir em redes alugadas. Eu preferi dividir um quarto no segundo andar de uma cabana. Minha mochila estava cheia e achei mais seguro deixá-la em um espaço mais privativo.
Prevenida de que a infraestrutura da ilha era precária, levei uma garrafa de cinco litros de água e comida para os dois dias que passaríamos ali. Os alimentos vendidos na ilha são caros. Não há rede elétrica (geradores funcionam até às 18h). Não há água encanada. A diária da cabana inclui um balde cheio do precioso líquido para higiene pessoal.
A noite em Playa Blanca talvez seja ainda mais agradável do que o dia. Isso para os que gostam de um ambiente mais calmo. O movimento diminui bastante no fim da tarde. Depois do pôr do sol, o viajante tem apenas a luz da lua, da lanterna ou de uma eventual fogueira para iluminar a caminhada pela praia. As ondas batendo na areia viram trilha sonora.
Vale a pena?
Depois de voltar para o centro de Cartagena, minha conclusão foi que o passeio valeu a pena. Isso porque eu ficaria cerca de um mês no município. Contudo, para quem tem poucos dias, o tempo investido na ida para Playa Blanca impede outros programas na cidade. Também gostei da experiência de passar umas 30 horas em um lugar sem eletricidade nem água em abundância, mas entendo que essa realidade pode ser muito roots para alguns viajantes. Então, antes de embarcar para Barú, é bom medir o custo/benefício do passeio.
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