O Chile é um país belíssimo de gente muito acolhedora. É fácil viajar por seu território, pois a maioria das cidades é contemplada pela Ruta 5, a rodovia Panamericana. É possível percorrê-la de ônibus, carro e até de carona, em geral com caminhoneiros (coisa que fiz na maioria dos trechos). Uma boa ideia é voar até a capital Santiago, alugar um veículo e subir até San Pedro de Atacama. Para regressar, basta tomar um avião em Calama, perto de San Pedro, e voar de volta a Santiago.
Santiago foi uma das cidades onde mais atrocidades aconteceram durante a Ditadura Militar do Chile, que durou 17 anos. Augusto Pinochet chegou ao poder em 11 de setembro de 1973 depois da invasão ao Palácio de la Moeda, sede do governo chileno, onde o presidente democrático Salvador Allende foi assassinado.
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O Estadio Nacional e o Londres 38, Espaço de Memórias são dois lugares usados como centros de tortura e são memoriais às vítimas. Já o grande Museu da Memória e dos Direitos Humanos é um imóvel novo e tem um grande acervo que emociona os visitantes. O Cemitério Geral é onde muitas das vítimas da ditadura militar estão enterradas, inclusive Allende e Victor Jara.
Violeta Parra, que faleceu em 1967, também foi sepultada lá. Há um museu gratuito na cidade em homenagem a ela. Outra instituição dedicada a uma artista que não cobra entrada é o GAM – Centro Cultural Gabriela Mistral.
Ambos ficam próximos ao Cerro Santa Lucía, ótimo para dar uma caminhada. Além desse, um morro bacana de conhecer é o Cerro San Cristóbal. O funicular e o teleférico são opções para subir ao seu topo. De lá, se tem uma bela vista panorâmica da cidade e da Cordilheira. Para uma visão ainda mais ampla da paisagem, a pedida é o mirador Sky Costanera.
O Bellavista fica aos pés da colina. Este é um dos bairros mais boêmios da capital do Chile, com muitos bares e restaurante, especialmente no centro comercial Patio Bellavista. A casa de Pablo Neruda, La Chascona, fica nessa área. Hospedar-se nessa região pode ser uma boa ideia. Lastarria também é uma região charmosa com várias opções gastronômicas.
A apenas 115 quilômetros de Santiago, está Valparaíso. No meio do caminho fica o Valle de Casablanca, uma das principais regiões produtoras de vinho do país. Os fãs da bebida podem visitar vinícolas, observar os parreirais e comprar garrafas a preços menores.
Valparaíso é um dos municípios mais peculiares do Chile. A cidade portuária cresceu colorida e cheia de grafites pelos seus 42 morros, sendo o Cerro Concepción e o Cerro Alegre os mais turísticos. Para locomover-se da parte plana até a parte alta, o típico transporte são os funiculares, também chamados de ascensores.
Há diversas opções de free walking tours para os que preferem conhecer a cidade em uma caminhada guiada. A Plaza Sotomayor e a Plaza Aníbal Pinto são pontos de encontro. Um deles passa próximo à La Sebastiana, a casa de Pablo Neruda com vista para o mar.
Para quem prefere um ponto de vista diferente, é legal fazer um passeio de barco para ver alguns morros e a área plana de frente. Uma das épocas mais movimentadas de Valpo é no final de agosto, quando acontece o Festival de Mil Tambores, o carnaval da cidade.
Viña del Mar é a vizinha rica, e está a menos de 10 quilômetros. Seus principais pontos turísticos são o relógio de flores, o castelo Wulff, o centro e o molhe Vergara. As praias de Viña são um pouco melhores do que as de Valparaíso, mas, mesmo assim, a água do Pacífico é fria.
La Serena fica a aproximadamente 430 quilômetros ao norte. O Faro Monumental é seu principal ponto turístico. No mercado La Recova se encontra produtos típicos da região, como doce de papaya. O Jardim Japonês é o parque mais bonito da cidade. Do Cerro Grande, afastado do dentro, se tem uma bela vista do pôr-do-sol no Pacífico.
Dele, também se vê Coquimbo, a cidade vizinha, um pouco mais ao sul. O que mais se vê é a Cruz del Tercer Milenio, cuja entrada permite uma visão panorâmica do município. O Fuerte Lambert, ou Fuerte de Coquimbo, é mais uma atração turística do município. Perto do porto de Coquimbo fica o histórico Bairro Inglês, com bastante arte de rua. Sua praia mais procurada é La Herradura.
A relação das suas cidades é como Valparaíso e Viña del Mar. Valpo, cidade portuária, mais pobre e colorida, é como se fosse Coquimbo. Viña, com construções de padrão mais alto, seria o equivalente a Serena.
O Valle del Elqui fica a cerca de 65 em direção à Cordilheira. No caminho, passe-se pelo Embalse Puclaro. A caminhada pela barreira e por uma das margens do Rio Elqui é agradável. A principal cidade da região é Vicuña e desde o Cerro de la Virgen pode-se ter uma vista panorâmica dessa região tranquila e quente no meio das montanhas.
Toda essa área é famosa por ter um dos céus mais limpos do planeta. Vicuña, a principal cidade do Vale, foi eleita a Capital Mundial da Astronomia. Observatórios como o Alfa Aldea fazem tours astronômicos para comtemplar os corpos celestes.
Uma das atrações da cidade é o Museo Gabriela Mistral. Há uma réplica da casa onde nasceu a Prêmio Nobel de Literatura. Ela foi educada pela irmã na localidade de Montegrande, no município de Pahiuano. Lá está um museu localizado no antigo colégio onde vivia e estudava. Seu mausoléu fica a menos de 100 metros dali.
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No caminho desde Vicuña pode-se passar pela Pisquera Aba, onde se conhece o processo de produção do pisco, orgulho dos chilenos (e também dos peruanos). O Valle del Elqui é conhecido pela elaboração do trago, e sua paisagem fica ainda mais rica com os parreirais. Tão importante é a bebida para região que uma localidade foi batizada em sua homenagem em Paihuano uma localidade foi nomeada Pisco Elqui, onde se encontra a fábrica da Mistral, uma das marcas de pisco mais conhecidas no Chile.
De volta à costa, 180 ao norte de La Serena fica o pequeno balneário de Punta de Choros. Dali é possível acessar a Reserva Nacional Pingüino de Humboldt. Um passeio de barco leva os turistas até a Isla Damas, uma das três que formam a área protegida, e a única que pode ser visitada. Durante o tour, pode-se avistar grande variedade de flora e fauna como pinguins, lobos-marinhos e, com sorte, baleias.
A 285 quilômetros ao norte fica Copiapó, uma das principais regiões de mineração do Chile. Não há muito para fazer no município. Contudo, uma atração bem interessante é o Museo Regional de Atacama. Objetos e cartazes contam como foi o resgate dos 33 mineiros em 2010 a 60 quilômetros da cidade.
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Caldera fica a menos de 80 quilômetros em direção ao Pacífico. O principal balneário da área é Bahia Inglesa. Fica a seis quilômetros ao sul do centro de Caldera e a caminhada até lá é agradável, com o deserto à esquerda e o oceano à direita. Nela se espalham algumas rochas que fazem um belo contraste com a água verde.
Cerca de 540 quilômetros ao norte fica Antofagasta. A estrada é bonita, mas monótona, pelo deserto do Chile. Sua geografia é muito parecida com a chilena: é comprida e estreita, limitada pelo mar a oeste e por morros a leste.
O mais interessante do município é o Monumento Natural La Portada. Seu símbolo é a formação geológica conhecida como Arco de La Portada. A estrutura de 70 metros de largura foi formada há aproximadamente 2 milhões de anos pela erosão das falésias características do lugar.
No sentido nordeste, a 315 quilômetros, fica San Pedro de Atacama, a base para quem quer explorar o deserto mais árido do mundo. As agências de turismo se espalham especialmente nas ruas Toconao e Caracoles, a principal via do município.
Participei de alguns dos tours mais buscados pelo Deserto do Atacama: Valle de la Luna, Piedras Rojas + Lagunas Altiplánicas, Geysers del Tatio e Lagunas Escondidas de Baltinache. Outras excursões são as do Tour Astronômico, Laguna Cejar, Salar de Tara, Quebrada de Jere, Valle del Arco Iris, Termas de Puritama, Yerbas Buenas e vulcões.
Contratar uma agência não é a única maneira de conhecer a área. Alugar uma bicicleta é uma opção para conhecer a Garganta del Diablo, Pukará de Quitor e Valle de la Muerte. San Pedro está a 2,4 mil metros sobre o nível do mar, o sol é forte, a temperatura é alta e o clima é seco, por isso é bom avaliar sua capacidade física antes da atividade.
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MAPA:
Desde já, muito obrigadaaaa pelas dicas. Eu fiz viagem parecida mas ja tem uns anos. Quero fazer denovo esse ano com marido e filhinho que terá 5 anos.
Voce pode falar nomes de lugares que se hospedou, lugares que fez câmbio (melhores), taxis (se usou), empresa de bus?
Tudo que se lembrar e puder compartilhar te agradeço.
Eu fui de mochilão, e quero tentar novamente. Mas agora terei a mochilinha de 5 aninhos junto kkkkkk. Da um certo receio ir na tora como antes. rs.
Oi, Tati! Bah, eu fui há muitos anos também…
Mas hospedagem fiquei sempre em Couchsurfing.
E o câmbio eu não fazia, pois sacava direto com o cartão de viagem.