A segunda cidade que visitei durante as férias no Nordeste foi Recife. Saí de João Pessoa por volta das 18h e cheguei no meu destino pelas 20h. A viagem entre as capitais paraibana e pernambucana custa mais ou menos R$ 30. Meu anfitrião do Couchsurfing ficava no bairro Torre, que, pelo mapa, parecia bem localizado, mas, em função das rotas de ônibus e metrô, acabou não sendo a melhor opção de estadia (eram necessários dois coletivos para chegar na maioria dos lugares que queria ir).

a função do visto americano

O primeiro dia foi dedicado aos compromissos relacionados à solicitação do visto americano. Não é muito prático, pois, primeiro, há um horário para largar os documentos em um escritório no bairro Pina e, depois, uma entrevista no bairro Boa Vista. Fiquei envolvida com isso de manhã até o começo da tarde. Aproveitei o tempo livre para conhecer as atrações próximas, como o Mercado da Boa Vista, Mercado da Madalena, Museu da Abolição e Museu do Homem do Nordeste.

BOA VIAGEM

Conhecer a famosa praia de Boa Viagem era obrigatório, e deixei para o dia seguinte. Confesso que esperava mais da orla, típica de uma praia urbana. Foram cinco quilômetros de caminhada na estreita faixa de areia – do Parque Lindu até o fim do Pina –, com muito concreto, poucas árvores e o incessante ruído do trânsito da avenida. As constantes placas alertando para o risco de ataques de tubarão podem até causar curiosidade e riso nos turistas, mas a seriedade dos alertas dos moradores locais ressalta o perigo. A recomendação é não entrar no mar por ali. No máximo, ficar com água na altura da canela (sério, da canela) e banhar-se apenas nas áreas protegidas pelos arrecifes que ficam perto da margem.

O CENTRO DE RECIFE

Uma das partes mais simpáticas de Recife é a central. Pontes sobre os rios Beberibe e Capibaribe, praças e prédios históricos dão grande charme à região. O entorno da Praça da República é um exemplo perfeito dessa combinação: fica entre as pontes Santa Isabel e Buarque de Macedo e é cercada pelos prédios do governo de Pernambuco, do Palácio da Justiça e pelo Teatro Santa Isabel – eleito o melhor teatro do Brasil no ano passado. Um dos momentos inesperados da viagem foi passar por ali um pouco antes do concerto da Orquestra do Recife tocando Villa Lobos e Schumann e conseguir assistir à apresentação.

O Marco Zero também fica pelo centro e é ponto de encontro na cidade. Próximos ao letreiro “Recife”, jovens fazem manobras de patins, enquanto turistas e moradores passeiam pelo calçadão. O fim de tarde fica muito agradável no deque de um dos restaurantes do complexo Armazéns do Porto, antigos armazéns convertidos em área de lazer, contemplando o Parque de Esculturas Francisco Brennand, localizado no arrecife que separa o Rio Capibaribe do mar.

OS Brennand

Brennand, aliás, é nome constante no turismo da cidade. Afastadas do centro ficam duas atrações ligadas à família. A Oficina Cerâmica Francisco Brennand atua como museu e ateliê do artista. Já o Instituto Ricardo Brennand – eleito o melhor museu da América do Sul em 2015 – é um centro cultural que abriga galeria, biblioteca, parque de esculturas e castelo. Na instituição, estão expostas pinturas, armas, tapeçarias, artes decorativas, esculturas e mobiliários. A visita custa R$ 20 e pode durar a tarde inteira.

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