O Peru foi o país em que passei mais tempo na viagem de 508 dias pela América do Sul. Foram 84 dias (o limite do visto é de 90) desde a fronteira com a Bolívia até a fronteira com o Equador. O país é diverso e tem mar, deserto, serra e selva. O Roteiro Peru passa por tudo isso.
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A conversão da moeda era fácil e eu fazia o cálculo de R$ 1 = 1 Sol. A maioria das cidades não tem uma rodoviária centralizada e é preciso buscar os ônibus nas sedes das empresas (que, em geral, ficam próximas umas das outras). Para quem for voar, a dica para fazer o Roteiro Peru é chegar por Cusco ou Arequipa e voltar por Jaén.
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As cidades apontadas como dispensáveis no Roteiro Peru têm bastante a oferecer ao turista (além de paradas em meio a longas viagens de ônibus). Contudo, caso o tempo seja menor do que um mês, são as que eu pularia para poder dar atenção a outros lugares.
Primeira parada do Roteiro Peru para quem entra no país desde a Bolívia pela zona do Lago Titicaca, Puno não é tão acessível para quem chega por ar. O que vale lá é o passeio de barco até as ilhas flutuantes de Los Uros. A excursão de duas horas consiste em visitar uma das ilhas, escutar e observar como vivem os urenhos.
Talvez a cidade que eu mais tenha gostado no Roteiro Peru seja Arequipa, conhecida como a cidade branca do Peru. Isso é devido ao seu belo centro histórico construído com rochas vulcânicas, declarado patrimônio histórico pela Unesco.
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É nele que fica a Plaza de Armas, Catedral, a igreja da Compañía de Jesús e seus claustros. Um dos bairros mais bonitos de Arequipa é o San Lázaro. São charmosas ruelas coloniais com construções de pedra branca. Participei de um free walking tour para conhecer melhor o município.
Um lugar interessante para conhecer nas proximidades do centro é a Casa Museu Mario Vargas Llosa. O escritor laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 2010 nasceu nesta casa de mais de cem anos em 1936.
Além das caminhadas pelos vulcões da redondeza (que não encarei), os turistas que vão a Arequipa buscam o tour pelo Cânion de Colca. Supostamente, é o cânion o mais profundo do mundo. A trilha de aproximadamente 24 quilômetros é a mesma para as excursões de dois ou três dias. A diferença é que quem faz em três tem uma caminhada mais relaxada.
Cusco foi a capital do Tawantinsuyo, o Império Inca. Por isso visitar esse lugar no Roteiro Peru é fundamental para conhecer os primórdios do nosso continente. Para explorar melhor o município, declarado patrimônio mundial pela Unesco, optei por me juntar a um free walking tour. O passeio passa pelas atrações mais centrais da cidade.
Para quem estiver com disposição para subir e descer escadas e ladeiras, o bairro San Blás é imperdível. Ele tem construções históricas e vistas de tirar o fôlego (já curto pelo esforço e altura). O Templo del Mono e o Templo de la Luna, ambos gratuítos, são ruínas próximas.
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Para mais atrações históricas, é preciso comprar o Boleto Turístico. O ingresso permite entrada em vários museus e sítios arqueológicos. O de Saqsayhuaman é o mais importante deles. Dali, é possível caminhar até Q’enqo, também incluso no bilhete. Para ir a Puka Pukara e Tambomachay é preciso pegar um ônibus urbano. Tipón fica fora da cidade, mas vale a pena (o povoado também tem a fama de ser um dos melhores lugares para comer cuy – o porquinho da índia).
BATE-E-VOLTA DE CUSCO
De Cusco também saem dois tour bate-e-volta do Roteiro Peru imperdíveis na região: o para a Vinicunca (Montanha do Arco Íris) e o para a Lagoa de Humantay. A caminhada do primeiro começa aos 4, 3 mil metros sobre o nível do mar e termina aos 5,1 mil msnm, em um percurso de aproximadamente cinco horas entre ida e volta. Já o trajeto do segundo inicia aos 3, 8 mil msnm e finaliza nos 4,2 mil, em um percurso de menos de quatro horas.
Quem está com o tempo apertado no Roteiro Peru pode contratar um tour em Cusco para ir às várias atrações do Vale Sagrado. Financeiramente, sai quase o mesmo do que ir por si (escolhi a segunda opção para fazer tudo com calma).
A cidade mais prática para fazer de base na região é Urubamba, mas escolhi Ollantaytambo pois me pareceu mais agradável. As ruínas do Vale Sagrado dos Incas (incluídas no Boleto Turístico) ficam em Pisac, Chinchero, Moray e Ollanta.
A maneira mais econônica de ir ao Santuário Histórico de Machu Picchu, considerado patrimônio mundial pela Unesco, é pegar um ônibus desde Cusco ou desde o Vale Sagrado até a hidroelétrica. Dali, uma caminhada que dura cerca de duas horas pelos trilhos do trem leva até Águas Calientes. A cidade fica às margens do Rio Urubamba e é o QG dos turistas que sobem ao MaPi. Por isso, também é conhecida como Machu Picchu Pueblo.
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O ideal é fazer essa viagem em um dia e somente no outro subir às famosas ruínas da cidadela inca. Demorei umas duas horas para chegar a pé desde Águas Calientes até o sítio arqueológico e foi bem exaustivo. É uma subida de 500 metros em três quilômetros em intermináveis escadas irregulares no meio do mato. O portão de baixo abre ao redor das 5h30, mas a fila já se forma antes. O portão de cima abre às 6h (lembre-se de levar seu passaporte para carimbá-lo como recordação).
Dentro do complexo arqueológico o caminho está bem marcado e seguranças impedem que os turistas retrocedam. É preciso sempre seguir adiante. O ideal é ter ao menos duas horas para percorrer toda a área, mas eu passei toda a manhã por lá, já que o ingresso dá direito a entrar duas vezes nas ruínas dentro do turno. Cheguei na metade da tarde de volta a Águas Calientes, descansei e retomei o Roteiro Peru somente no dia seguinte.
A cidade entrou no Roteiro Peru para que eu conhecesse as famosas Linhas de Nasca, mesmo sabendo que não faria o sobrevoo por elas, pois não cabiam no meu orçamento. Para observá-las, fui até uma torre de observação da estrada Panamericana Sur. Dali são visíveis Las Manos, El Árbol e El Lagarto.
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Nasca é mais do que somente as linhas. Há um tour à tarde que mistura adrenalina e arqueologia. Em buggys, os turistas são levados em bastante velocidade pelas dunas e estradas do deserto. Uma das paradas é para fazer sandboard e outra para apreciar o pôr do sol no meio do deserto. O passeio passa pelo Aqueoduto Ocongalla, pelas pirâmides de Cahuachi e por um cemitério profanado.
Há ainda mais lugares para conhecer na cidade. O Museu Maria Reiche conta a história da pesquisadora que descobriu as Linhas de Nasca. Já as ruínas de Paredones e os aqueodutos de Cantallo são outros exemplares de construção pré-incaica.
A lagoa de Huacachina, no Peru, é um oásis no meio do deserto de Ica. Além de passeios ao redor do lago e caminhadas pelas dunas, a atividade mais procurada em Huacachina, a aproximadamente quatro quilômetros do centro de Ica, é o tour em buggy e sandboard, que percorre as subidas e descidas em alta velocidade.
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Os vinhos e piscos iquenhos são os mais reconhecidos no Peru, apesar do país não ter tradição vitivinícola. O trago mais popular é a cachina, um vinho jovem, suave e doce – essa última característica é típica na produção de Ica. A festa da vindima é realizada no mês de abril com a tradicional pisa de uvas.
A Reserva Nacional de Paracas fica a 72 quilômetros ao norte de Ica. É possível alugar uma bicicleta em Paracas e usá-la todo o dia, inclusive para percorrer o balneário fora da área de preservação. Dentro da reserva nacional se pedala mais ou menos uns 10 quilômetros para chegar a Lagunilla e Playa Roja. Aves são os animais mais comuns dentro da reserva e, para mim, os Pinguins de Humboldt foram os mais interessantes.
Os distritos mais turísticos de Lima, a capital do Peru, são Barranco, San Isidro, Miraflores e Lima (centro). Nos dois primeiros há vida noturna, mas com estilos diferentes. O bairro de San Isidro concentra restaurantes mais chiques, já Barranco tem bares e casas noturnas espalhados por suas ruas históricas.
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Entre San Isidro e Miraflores estão os malecones, agradáveis parques na beira das falésias em frente ao mar. No Parque del Amor há uma escultura chamada de “O Beijo”, além de mosaicos com frases apaixonadas. Algumas companhias de ônibus de turismo com dois andares fazem um recorrido pela região.
Os dois lugares mais movimentados de Miraflores são os arredores do famoso shopping Larcomar e dos parques Kennedy e Central – também conhecido como “parque dos gatos”. É nesse distrito onde a maioria dos turistas de hospeda.
O centro histórico de Lima foi considerado patrimônio mundial pela Unesco por sua importância histórica e arquitetônica. A bela Plaza San Martín, a Plaza de Armas, catedral, o palácio do governo e a igreja de San Francisco são as principais atrações.
O Museu Rafael Larco fica meio afastado das partes mais turísticas da cidade, mas visitá-lo vale à pena para quem gosta de história e arte. Os fãs de arte também se divertem no Mali – o Museu de Arte de Lima, próximo ao centro de Lima.
A cerca de 1,5 quilômetros do Mali está o Parque de la Reserva. Popularmente conhecido como Parque das Águas, possui quase 20 fontes em seu Circuito Mágico da Água. À noite há shows de águas dançantes com música, luzes, lasers e projeção de imagens.
BATE-E-VOLTA DE LIMA
O principal santuário inca da costa central foi Pachacámac, a cerca de 50 quilômetros de Lima. O passeio pelo sítio arqueológico demora quase duas horas. Ainda mais ao norte, a 170 quilômetros da Capital, está o complexo de Caral, com mais de 5 mil anos e classificado como patrimônio mundial pela Unesco.
Huaraz, no Peru, é o paraíso para quem gosta de caminhadas. São centenas de trilhas espalhadas pelos arredores do município e por isso a incluí no Roteiro Peru. A cidade em si não tem grandes atrativos. Nas ruas próximas à Plaza de Armas estão as agências que oferecem passeios aos destinos mais procurados.
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O Glacial Pastoruri é um deles. O tour ao Parque Nacional Huascarán, considerado patrimônio mundial pela Unesco está localizado na Cordilheira Branca. A fonte de água gaseificada Pumapampa, plantas do gênero puya e uma pintura rupestre são atações no caminho. A caminhada começa a 4,8 mil metros sobre o nível do mar. São dois quilômetros até o glacial, a 5,2 mil metros sobre o nível do mar.
A Lagoa 69 é outro tour muito buscado. A caminhada é mais pesada, com sete quilômetros que iniciam aos 4 mil metros sobre o nível do mar e terminam nos 4, 6 mil msnm. A imagem da lagoa cercada de nevados é muito bonita e me lembrou bastante a Laguna de Humantay, em Cusco.
O centro de Trujillo é como o de muitos municípios coloniais peruanos, com a catedral ao lado da Plaza de Armas. A praia de Huanchaco, a mais ou menos meia hora do centro, é uma das mais famosas do país. Barquinhos de totora fazem a diversão dos turistas.
A caminho de Huanchaco está Chan Chan, um sítio arqueológico declarado patrimônio mundial pela Unesco. É necessário pelo menos uma hora para visitar as ruínas da construção erguida com argila e pedaços de concha.
Inca Atahualpa, o último imperador do Tawantinsuyo, foi capturado onde hoje se localiza a Plaza de Armas do de Cajamarca. Ele ficou preso em uma casa de pedra bem próximo à atual praça. O Cuarto del Rescate ainda pode ser visitado. Quase em frente a essa casa está o Templo de San Francisco. Do outro lado da praça fica a Catedral, também conhecida como Igreja de Santa Catarina.
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Fora do centro estão os maiores atrativos de Cajamarca. Um tour pode ser contratado nas diversas agências da Plaza de Armas para ir até Cumbe Mayo. A área chamada “bosque de pedras” consiste um rochas vulcânicas corroídas pela chuva e pelo vento. No caminho pode-se observar petróglifos, aqueodutos, pedras de sacrifício e uma pequena caverna.
Outro tour saindo de Cajamarca é o das Ventanillas de Otuzco. Antes de chegar aos restos desta necrópole pré-inca, o passeio faz duas paradas comercias. A primeira é em uma fábrica de produtos lácteos e a segunda é um jardim de hortênsias, onde também vendem artesanatos, comidas e bebidas típicas. A parte mais importante do passeio é quando se chega às Ventanillas de Otuzco. Neste sítio arqueológico foram descobertos 337 nichos mortuários dos Cajamarcas.
O Peru foi o primeiro país onde tive contato com a Amazônia, mesmo sendo brasileira. O ponto de partida foi Chachapoyas, capital do departamento de Amazonas. O Cânion de Sonche, também conhecido como Cânion de Huancas, foi a primeira atração que visitei na cidade.
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Incluí Chachapoyas no Roteiro Peru especialmente para conhecer a Catarata de Gogta. Sua altura é de 771 metros, divididos em dois saltos, o maior de 540 metros. Supostamente, é a terceira cachoeira mais alta do mundo.
Outro tour bastante procurado na cidade é o da cidadela fortificada de Kuélap. A entrada para o o sítio arqueológico é feita em teleférico. Depois são dois quilômetros de caminhada até a fortaleza de Kuélap, construção do ano 500.
O tour às Cavernas de Quiocta e os Sarcófagos de Karajía também são muito buscados pelos turistas. Infelizmente, não pude ir, pois a estrada que dá acesso a estes lugares estava em reparação. As rodovias peruanas podem ser problemáticas e às vezes impedem a realização de passeios.
Há muitos lugares históricos em Chiclayo e Lambayeque. Uma das ruínas é Huaca Ventarrón. Ele foi fechado temporariamente em 2020 para manutenção. O sítio arqueológico mais conhecido é Huaca Rajada, onde se encontrou a tumba de Señor de Sipán, governador dos Moche. Há ainda dois museus interessantes: o de Tumbas Reales de Sipán e o de Brüning.
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A praia de Pimentel também é famosa. Sua principal atração é a plataforma de pesca e turismo, uma das maiores do Peru. O balneário também conta com lojinhas, restaurantes próximos ao mar e um agradável calçadão.
Máncora é uma das praias mais badaladas do Peru. Para quem gosta de surf e festas, pode ser uma boa pedida. Na rua principal, há lojinhas típicas de litoral. Apesar de não ter sido meu destino predileto no Roteiro Peru, o pôr do sol no Pacífico foi lindo.