Bogotá, a capital da Colômbia, tem um centro histórico muito bonito e palco de acontecimentos importantes para o país. Em um feriado, em que as ruas são abertas para pedestres e ciclistas, fui de bicicleta até a Candelária (bairro central) com minha host do Couchsurfing. Lá encontramos por casualidade Paula, guia da do Tour Historico Oaca.
TOUR HISTORICO OACA
Me juntei ao free walking tour, que sai às 10h e às 14h da Plaza Bolívar em frente à Catedral. Neste dia, éramos apenas dois turistas: eu e um espanhol. A conversa começa na própria praça sobre as civilizações pré-colombianas, especialmente sobre o povo Muisa, e a lenda de El Dorado.
Os edifícios ao redor do largo também têm seu tempo de apresentação. Paula fala do Congresso – que demorou 80 anos para ser construído – da Catedral e do Palácio Episcopal – cuja porta da sacada só foi aberta três vezes, todas por papas – e do Palácio de Justiça – onde cerca de cem pessoas morreram em 1985 depois da tomada do prédio pelo grupo M19 e do conflito com o Exército.
O PASSADO BOGOTANO
Paula conta resumidamente como foram as independências da cidade, fundada em 1538. A primeira foi em 20 de julho de 1810. Essa era uma época em que a Espanha estava envolvida em uma guerra contra Napoleão. Quando esse conflito terminou, os conquistadores voltaram suas atenções para a colônia. Foi quando a retomaram, pois o novo país estava dividido entre os que queriam ser federalistas ou centristas.
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Em 7 de agosto de 1819 veio a segunda independência e a criação da Grã Colômbia (nação que incluía os atuais Panamá, Venezuela, Colômbia e Equador). Este Estado se dissolveu em 1830, após a morte de seu idealizador, Simón Bolívar.
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Este personagem, que foi o primeiro presidente do novo país, foi alvo de um atentado conhecido como “Noche setembrina“. Em 1828 tentaram assassiná-lo no Palácio San Carlos, sua residência. Ele foi alertado por uma amante que vivia em uma casa em frente e conseguiu escapar por uma janela. Até hoje há uma placa embaixo da abertura sinalizando sua importância.
Outro fato ocorrido no centro da cidade, na esquina da Avenida Jimenez com a Carrera Septima, foi o assassinato do candidato liberal à presidência Jorge Eliécer Gaitán, em 9 de abril de 1950. O acontecimento desencadeou uma revolta chamada de Bogotazo. O saldo foram milhares de mortos e a cidade incendiada, quando poucos edifícios centrais foram poupados.
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Quem terminou eleito foi o conservador Laureano Gomes. Segundo a guia do Tour Historico Oaca, ele mandava matar seus opositores, e assim a esquerda decidiu defender-se com mais veemência. Assim, em 1964, nasceram as guerrilhas na Colômbia, que depois se desvirtuaram. Paula aproveita esse momento para comentar sobre o acordo de paz com as Farc.
O CENTRO CULTURAL GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ
Uma pequena caminhada levou o pequeno grupo até o Centro Cultural Gabriel García Márquez. O edifício foi construído em uma parceria do governo colombiano e do mexicano, onde o vencedor do Nobel de Literatura esteve exilado. O roteiro do Tour Historico Oaca inclui aqui alguns fatos sobre a vida do escritor.
AS PRAÇAS
As próximas paradas são praças. A Plazoleta de Rosário fica em frente ao edifício que servia de faculdade de Direito e prisão ao mesmo tempo. Já a Plazoleta del Santander é também conhecida como Plaza del Tiro, pois fica em frente à Igreja de São Francisco, e antigamente os católicos assassinavam quem não se convertia à religião. É nesse largo que fica o muito procurado Museu do Ouro.
O CHORRO DE QUEVEDO
Então o Tour Historico Oaca passa pela charmosa Calle del Embudo, a rua mais antiga da Candelária. A via é muito estreita e somente para pedestres. Por isso foi nomeada assim, já que embudo quer dizer funil. Há muitos grafites em seus muros e lojas de artesanato.
Ela dá acesso a um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade, a Plazoleta Chorro de Quevedo. Há teorias que afirmam que este foi o lugar de fundação de Bogotá. Além disso, é uma das áreas boêmias do município. O pessoal se reúne nos bancos ao redor da fonte doada pelo padre Quevedo no século 19 para conversar e, às vezes, tomar chicha, bebida tradicional, mas não muito popular.
Durante o passeio a guia também falou sobre o gentilício das pessoas de Bogotá. Cachaco é quem nasce na cidade, assim como seu pai e sua mãe. Rolo é o que nasceu no município, mas apenas um de seus pais é natal do município. O bogotense nasceu em Bogotá, mas nenhum de seus pais nasceu na cidade. Já o bogotano é quem vive no município, mas não nasceu lá.
O MUSEU DE BOTERO
O Tour Historico Oaca termina no Museo de Botero. Dentro da instituição, Paula conta quais foram as exigências de Fernando Botero para fazer a doação do prédio: que a entrada fosse gratuita, que o próprio pintor e escultor fosse o curador do espaço e que não houvessem guias permanentes no local. Ela também comentou algumas características das obras dele, como a maneira com que ele representa o pecado: com peles esverdeadas e com a presença de serpentes e maçãs na tela.
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