O farol é um dos maiores ícones de Guayaquil, no Equador. O mirador 360° desde o topo da construção permite uma visão completa da cidade. É preciso vencer 444 degraus antes de chegar à estrutura. Assim como em toda a costa equatoriana, faz muito calor neste município e o sol é forte. Por isso, não recomendo subir ao meio-dia (o que fiz e me arrependi no momento em que comecei a caminhada).
O equipamento se localiza no morro Santa Ana, no bairro Las Peñas, lugar de fundação de Santiago de Guayaquil em 1547. Na escadaria que levam ao farol foram instalados diversos bares e restaurantes, tornando esta uma das partes mais boêmias da cidade.
PUERTO SANTA ANA
Passando essa área de mais de 400 anos de história, está Puerto Santa Ana, uma outra área com foco em gastronomia, mas essa voltada para um público de alto poder aquisitivo. Nesta parte foi erguido o prédio mais alto da cidade, o The Point. Também é possível passear por lá sem gastar um tostão e apenas desfrutar de uma caminhada no calçadão na beira do rio.
Em um dos prédios do Puerto Santa Ana estão três museus bastante interessantes. Eles funcionam de quarta a domingo e têm entrada gratuita. Um deles é o Museu da Música Popular Julio Jaramillo. O artista, conhecido como JJ, é o maior nome da música equatoriana. O local contém fotografias e objetos históricos.
Os outros dois tratam de umas das maiores paixões guayaquilenhas: seus times de futebol. Barcelona e Emelec, ambos criados na década de 20, são os grandes expoentes do esporte na cidade. O primeiro foi fundado por empresários espanhóis e equatorianos e o segundo nasceu na Empresa Eléctrica del Ecuador (daí o nome da equipe). Nas salas são exibidas camisetas, taças e outras memorabilias relacionadas aos clubes.
UM PEDACINHO DE GALÁPAGOS EM GUAYAQUIL
Nos pés do morro Santa Ana se encontra um dos campus da Escuela Superior Politécnica del Litoral (Espol). No seu pátio vivem seis tartarugas das Ilhas Galápagos. Os exemplares chegaram há mais de 40 anos através de doações privadas e da Polícia Ambiental, após uma operação de resgate. A mais nova tem 60 anos e a mais velha, 120.
O MALECÓN 2000
A Espol fica em frente ao extremo norte do Malecón 2000, um agradável parque na beira do Rio Guayas. São diversas atrações ao longo de seus dois quilômetros e meio. Uma das mais modernas e chamativas é La Perla. A roda gigante de 57 metros de altura começou a operar em 2016. O preço do ingresso para a volta de 12 minutos custa US$ 5 (uns R$ 20).
Oficialmente, o nome deste grande calçadão é Malecón Simón Bolívar. Uma homenagem a ele foi posicionado na metade do largo, em frente à Avenida 9 de Octubre, uma das principais do município. O monumento em mostra os o venezuelano e o argentino San Martín.
A escultura representa o único encontro entre os dois próceres, ocorrido na cidade. Ao redor dele, em um semicírculo em mármore, estão içadas as bandeiras dos 10 países que os dois militares liberaram. O letreiro de Guayaquil foi colocado em frente à obra.
PARQUE DE LAS IGUANAS
A menos de 10 quadras da Rotonda (o monumento de Bolívar e San Martín) fica o Parque Seminário, uma das principais praças de Guayaquil. A catedral da cidade, inspirada na Nortre Dame, em Paris, fica em uma de suas extremidades. Contudo, não é esse o motivo da fama do espaço, também chamado de Parque de las Iguanas.
Aproximadamente uma centena de répteis fizeram deste jardim sua casa. As iguanas são geralmente dóceis e, inclusive, algumas se deixam tocar. Contudo, é preciso ficar atento para não estressá-las. Os melhores dias para avistá-las são os quentes e ensolarados.
FREE WALKING TOUR
Todos os dias, às 11h, o Parque das Iguanas é o ponto de encontro do Free Tour Guayaquil. Fiz parte de um grupo de seis turistas guiados por um jovem equatoriano que falava em um inglês pouco fluente e espanhol. No começo da caminhada, um casal desistiu do passeio e a explicação começou ser feita somente no primeiro idioma.
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Não foi o melhor tour deste tipo que já fiz, capaz porque já tinha ouvido muitas informações da cidade pelos meus amigos do Couchsurfing. Além disso, o percurso não incluiu nem Las Peñas nem o Puerto Santa Ana, que poderiam ter sido incluídos nas três horas de passeio, já que o tempo em cada atração me pareceu longo demais.
No interior do Parque das Iguanas, o guia falou um pouco sobre o clima da cidade. No exterior do largo, o foco foi para a estátua do escritor Medardo Ángel Silva. Ele é considerado o melhor poeta guayaquilenho. Ele morreu aos 21 anos, vítima de um disparo supostamente acidental de sua própria arma.
A próxima parada foi na Plaza San Francisco, uma das mais importantes da cidade. De acordo com o guia, Guayaquil não tem uma praça central, pois, após a independência, quis destruir todos seus traços de colônia. Ele contou uma lenda criada para explicar por quê essa é conhecida como a praça das pombas, uma história relacionada à construção da igreja de San Francisco, em frente ao largo.
OS PROCESSOS DE INDEPENDÊNCIA
A Plaza de la Administración foi o destino seguinte. A explicação neste local foi sobre o processo de independência do Equador, que não aconteceu de uma maneira unificada. Por isso, o país comemora nacionalmente três dias, celebrando as datas em que seus três principais municípios se independizaram: Quito, Cuenca e Guayaquil, o primeiro em alcançar esse objetivo. Há um monumento ao general Sucre no centro do largo, venezuelano que colaborou para a separação da coroa espanhola.
DE VOLTA AO MALECÓN
O grupo se dirigiu, então, ao Malecón 2000 e recebeu informações sobre o monumento de Bolívar e San Martín. O guia ensinou um pequeno experimento aos turistas. Uma pessoa fica em um extremo do semicírculo e uma do outro lado. Ao falar em direção ao mármore, o som se propaga pelo material e chega aos ouvidos de quem está na ponta oposta. Ele também apontou as placas relembrando as três batalhas mais importantes do venezuelano e do argentino.
Outro assunto tocado na beira do rio foram os ataques fluviais que a cidade sofreu ao longo de sua história. O guia mostrou, ancorado ao lado do parque, o barco Morgan, nomeado em homenagem a um pirata, que faz passeios turísticos pelo Guayas. O tour terminou na Espol para ver as tartarugas. Depois disso, fomos os cinco comer em um restaurante nas proximidades.
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MAPA:
Adorei a matéria pois contextualiza o histórico e isto me interessa. Quero conhecer o Equador e a Colômbia. Dai meu interesse. Gostaria de também de voltar a Machu Picchu.
Voces poderia traçar um roteiro geográfico para estes países e qual o melhor mês para viajar por eles. Como iniciar a viagem. Primeiro Colômbia ou.. .
Oi, Margarete, teu comentário veio incompleto. Ambos os países me encantaram!