Potosí

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O Cerro Rico é a principal fonte de renda de Potosí

Voy que voy que voy Potosí que ahí voy, ahora sí que voy”. Impossível não lembrar da canção da Vela Puerca ao chegar a Potosí, na Bolívia. A música fala justamente de um dos fatores mais importantes do município: a mineração no Cerro Rico. A atividade muito lucrativa fez com que a cidade tivesse uma grande população durante o século 16, maior do que Londres, Roma e Moscou naquela época.

VISITA ÀS MINAS DO CERRO RICO

Atualmente o morro abriga 460 minas, onde labutam cerca de 7,5 mil mineiros. Eles estão organizados em cooperativas. Algumas delas organizam tours para que viajantes conheçam a realidade desses trabalhadores. A atividade custa aproximadamente 80 bolivianos (uns R$ 40). Além disso, o visitante pode levar presentes para os mineiros, como refrigerantes, folhas de coca, álcool e dinamites – eles mesmos compram os equipamentos necessários para a extração de prata.

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A entrada da mina é tão precária quanto à mina em si

É uma realidade forte. As visitas são feitas em minas ativas, onde é possível observar o dia a dia dos mineiros. Grupos de três trabalhadores transportam carrinhos em trilhos com uma tonelada de metais. Equipamentos de segurança não são vistos. Os trabalhadores de dentro da mina são todos homens. As mulheres se dedicam mais a selecionar os metais preciosos do lado de fora. Também são guias.

A nossa explicou um pouco da história da revolução mineira de 1952 e da crise do mineral em 1985. Antes de ingressar à mina, ela mostrou qual é o ritual para pedir proteção ao “tío“. Apesar de sua imagem parecer com a do diabo, o tío é uma entidade boa, uma espécie de versão masculina da Pachamama. A ele se oferece cigarros, folhas de coca e álcool para que nada ruim aconteça enquanto se está dentro da mina.

RECOMENDAÇÕES

Quem sofre de claustrofobia ou nictofobia deve pensar duas vezes antes de ir. É preciso caminhar com muito cuidado, pois os túneis são baixos, estreitos e escuros. As escadas para mudar de andar são bem precárias e perigosas. Outro risco permanente são os desmoronamentos em função das constantes explosões.

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Os túneis são estreitos e é possível ver o ácido que há na mina

A pouca iluminação vem da lanterna dos capacetes (os instrumentos, assim como calça, casaco e bota de borracha são vestidos em outro local). O ar é pesado por causa da poeira e da altura do município – com elevação de 4067 metros sobre o nível do mar. Ao terminar a visita, é impossível não pensar sobre condições de trabalho e relação entre pobreza e riqueza.

CASA NACIONAL DE MONEDA

Por toda sua história, cultura e arquitetura, Potosí foi declarada Patrimônio Mundial pela Unesco (e também na lista de Patrimônio Mundial em Perigo, devido às atividades descontroladas das minas do Cerro). Um dos edifícios contemplados nesse título é o da Casa Nacional de Moneda, que tudo tem a ver com a mineração.

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A Casa da Moeda é um dos lugares mais importantes de Potosí

Um tour pela instituição narra como foi o desenvolvimento do município e da moeda boliviana desde a descoberta da prata nos meados do século 16. A entrada custa 40 bolivianos (cerca de R$ 20), e há um custo adicional pelo direito de tirar fotos ou fazer vídeos.

TEMPLO DE SAN FRANCISCO

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Além dessa, uma construção do centro que vale o destaque é Templo Museo Mirador de San Francisco. Fundado em 1547, a nova igreja foi erguida entre 1707 e 1726 e hoje é a residência dos três frailes que vivem ali. A visita guiada explica os votos três votos franciscanos (pobreza, castidade e obediência) e os quadros de Gregório Gamarra em exposição, os quais contêm autorretratos do pintor, pois não sabia assinar.

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Em estilo barroco mestiço, a igreja tem a maior sacristia do país. São três naves e o altar foi criado no século 19. A cripta contém caixas de ossos de pessoas que faleceram entre 1547 e 1826. Há uma estátua do Cristo de la Vera Cruz, patrono de Potosí. Adornada com prata do Cerro Rico, é a imagem mais antiga da América do Sul e a segunda da América, com data de 1550. O mirador do templo, chamado de Santa María de los Ángeles, é o mais alto da cidade e permite uma visão em 360° do município.

KALAPURKA E MAIS DE POTOSÍ

Há ainda muitos prédios lindos para conhecer em Potosí. Contudo, fora do casco histórico a cidade perde sua beleza. Há muitas construções sem terminar (assim como em toda Bolívia), pois uma obra inacabada paga menos impostos. Assim, muitos proprietários não fazem o acabamento para economizar.

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Kalapurka é um prato tradicional potosino

De todos modos, uma volta pela parte menos turística é interessante. Para recuperar as energias da caminhada, uma boa pedida é pedir um prato de kalapurka. O prato de sopa picante mantém sua temperatura com uma pedra vulcânica colocada ao fundo.

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3 comentários Adicione o seu

  1. Mirta diz:

    Interesante!! Felicitaciones!! Obviamente que akgun dia ire a Potosi.

    1. melevaemboraestradaafora diz:

      Gracias! Es muy interesante!

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