Terra do vallenato, um dos estilos musicais mais populares da Colômbia, o município de Valledupar fica proximo à fronteira com a Venezuela. A cidade, capital do departamento de Cesar, é pequena e não atrai muitos turistas. E também não há tantas coisas para ver como em outras partes do país. Decidi ir para Valledpar pois havia um hostel (o Provincia) da mesma rede do que eu fiquei em Medellín (Palm Tree), onde conheci gente bacana em um ambiente também bacana. O dono do albergue contou um pouco sobre o município e decidi me aventurar por esse lugar sobre o qual nunca tinha ouvido falar.
a academia del turco
A verdade é que Valledupar não tem grandes opções e, se o tempo na Colômbia for curto, o local não deve ser uma prioridade. Mas alguns aspectos do município tornam o passeio interessante. O que me levou até lá foi o vallenato. Amo música e recomendaram que eu procurasse a escola do Turco. E esse foi o primeiro lugar que fui depois de chegar na cidade. A Academia de Música Vallenata Andrés ‘Turco’ Gil forma músicos desde 1985. Fiquei encantada com aquelas dezenas de crianças praticando acordeon, violão, percussão e canto.
o centro de valledupar
Saí do Turco com o espírito leve depois de ouvir as canções da gurizada e conversar com os músicos mirins. Decidi então conhecer o centro da cidade, a poucas quadras do hostel. A área é agradável, com muitas mangueiras e imóveis coloniais antigos (o município foi fundado em 1550). Na praça, um artista de rua pintava quadros apenas com óleo, lenços e pedaços de madeira e, claro, atraía a atenção dos transeuntes.
os arhuacos
O elemento mais é interessante da cidade são os Arhuacos vestidos com roupas tradicionais. Os indígenas dessa tribo vivem na região da Sierra Nevada de Santa Marta, próxima a Valledupar. Conversei com um dos nativos no hostel enquanto assistíamos ao filme Los Viajes del Viento, de Ciro Guerra, que envolve vallenato e teve cenas gravadas em Valledupar.
O rio badillo
A natureza também é um atrativo do município. O Rio Badillo fica fora da cidade. Para chegar até ele, é preciso pegar uma caminhonete de segurança duvidosa e viajar cerca de uma hora. E não há tabela fixa de horário. Os motoristas abordam as pessoas que querem ir na mesma direção e esperam encher o veículo para partir.
Paramos na frente da casa de uma mulher e tivemos que esperar um bocado para que ela retirasse a bagagem. Enquanto aguardávamos, um dos moradores da simples residência arrancou algumas mangas do pé (é um fruto muito comum na Colômbia) e ofereceu ao motorista e aos passageiros. Um grupo conversava como se fossem amigos de infância. Chegando ao rio, me acomodei em uma das grandes pedras nas bordas e imitei o gesto daqueles que haviam comido a fruta antes: arranquei a casca com os dentes e devorei a manga in natura. Enquanto saboreava meu lanche, observava as pessoas se divertindo nas águas do Badillo.
o rio guarapurí
Mais perto da área central da cidade fica o Rio Guarapurí. Ele começa no alto da Sierra Nevada e passa ao lado de Valledupar. Nele fica um dos cartões postais da cidade: a estátua de Rosario Arciniegas. Conta a lenda que a menina virou sereia ao entrar no rio. Pela sua proximidade, ele é o refúgio de muitas famílias aos fins de semana. Elas se reúnem em mesas em baixo de mangueiras nas margens do Guarapurí, o que torna o lugar tumultuado demais para o meu gosto. Decidi, então, deixar essa mescla de agito de gente e de tranquilidade da natureza, e encerrei minha visita à capital de Cesar.
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