Fazer uma roadtrip pela Rota 66 foi meu sonho por muitos anos. E ainda é. Só tive tempo de percorrer o trecho da antiga estrada no Estado de Illinois quando estive nos Estados Unidos em 2011. Mesmo assim pude vivenciar o espírito da rodovia criada em 1926 e descomissionada em 1985.
LEIA AQUI SOBRE O PRIMEIRO DIA NA ROTA 66
No primeiro dia de viagem por Illinois passei por atrações em Willowbrook, Joliet, Wilmington, Braidwood, Dwight, Odell e Pontiac. Nesta última, dormi em um hotelzinho na beira da estrada. Não foi tão econômico e nem era como aqueles moteis de filme, mas pude passar a noite.
DIA 2 – DE PONTIAC A SPRINGFIELD
Na manhã seguinte, dei adeus a Pontiac e segui meu caminho pela Mother Road. Era Dia de Ação de Graças e quase todo o comércio estava fechado. Tive bastante dificuldade de encontrar lugares abertos para fazer refeições e até para comprar lanchinhos.
ATLANTA
De Pontiac a Atlanta são menos de cem quilômetros e grande parte deles podem ser feitos pela antiga Rota 66 sem grandes desvios. Atlanta é considerada o meio do caminho na Mother Road em Illinois. A famosa estátua Bunyon fica na cidade.
O gigante segurando um cachorro-quente foi fabricado em 1965 para um restaurante de Cícero, também na Rota 66 de Illinois, e, quando o estabelecimento foi fechado, a obra foi emprestada para a cidade de Atlanta. O molde da escultura foi criado originalmente para segurar um machado, mas foi replicado em vários formatos (como o Gemini Giant, em Wilmington).
LINCOLN
The Mill, em Lincoln, a uns 20 quilômetros, talvez seja a atração de beira de estrada com a arquitetura mais diferente. O que começou com uma barraquinha de sanduíches em 1929 se tornou um restaurante em forma de moinho, que fechou em 1996. O espaço foi reformado por uma década e agora serve de museu.
SPRINGFIELD
A aproximadamente 50 quilômetros fica Springfield. Em função do feriado, não consegui visitar o Shea’s Gas Station Museum, museu privado com ampla coleção de fotos e parafernália. Já estava entardecendo e decidi então buscar meu hotel para encerrar o passeio e conhecer a cidade melhor no dia seguinte.
DIA 3 – DE SPRINGFIELD A ST. LOUIS
Para meu café da manhã, pedi algo bem típico e nada saudável: refrigerante e o famoso cachorro-quente frito no palito do Cozy Dog Drive In. O lanche é servido desde os anos 1940 no estabelecimento em um ambiente muito estadounidense.
Para me despedir de Springfield, fiz um turismo fora do contexto da Rota 66. A cidade é a capital do Estado de Illinois e seu papel na política do país é importante. Comecei visitando o Capitólio, um lindo edifício de 1877 com uma impressionante cúpula. Em frente ao prédio, há uma estátua de Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos. Do outro lado da rua está a escultura de Martin Luther King.
Lincoln se mudou para a cidade onde trabalhou como advogado em 1837, aos 28 anos. Foi Deputado Estadual e em 1846 elegeu-se para o Congresso. Ele só saiu de Springfield em 1861, quando se tornou o mandatário do país e foi para a capital Whashington, DC.
A residência em que em ele viveu por 17 anos, até mudar-se para a Casa Branca, oferece visitas guiadas gratuitas. A tumba da família Lincoln também pode ser vista no cemitério Oak Ridge. O monumento foi feito em granito e a estátua do ex-presidente foi criada em bronze.
ADEUS, ILLINOIS; ALÔ, MISSOURI
Depois de rodar uns 150 quilômetros, chega-se à Old Chain of Rocks, sobre o Rio Mississipi, que separa Illinois de Missouri. Essa era a maior ponte da Rota 66. Ela fica na entrada de Saint Louis, a cidade mais importante do Estado de Missouri.
O maior cartão postal de Saint Louis é o Gateway Arch, no centro turístico do município em frente ao rio. Me dei o luxo de ficar em um hotel nessa zona e passei dois dias explorando a cidade. Subi no elevador do arco de mais de 190 metros para ter uma vista aérea, andei pelos parques e admirei a arquitetura da catedral e do antigo tribunal.
A 10 quilômetros dali fica o Forest Park, uma grande área verde. Dentro do parque está o Saint Louis Art Museum, onde tive a sorte de ver a exposição temporária Monet’s Water Lilies, que uniu o grande tríptico do artista francês. Na coleção permanente do museu estão outros célebres impressionistas, como Van Gogh, Gauguin, Pissarro, Cézanne e Renoir. E, assim, fechei com chave de ouro meus dias pela Rota 66, America’s Main Street.
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