Medellín, na Colômbia, é uma cidade que evoluiu muito nas duas últimas décadas. Participação popular e políticas públicas foram dois fatores fundamentais para este avanço. A Comuna 13, uma das mais violentas da capital do departamento de Antioquia, foi uma das áreas em que a mudança foi mais visível.
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Para conhecê-la, participei do Graffiti Free Zippy Walking Tour Comuna 13. O grupo sai pontualmente às 14h da estação San Javier do metrô e caminha até a Comuna 13. Me atrasei, tive que pegar um ônibus e só encontrei a turma já na vila. É preciso fazer uma inscrição prévia pelo site, pois há muita procura. O grupo em espanhol era de aproximadamente 40 pessoas e havia outros dois grupos em inglês.
Pedi para que o guia (morador da Comuna 13) me resumisse as informações que perdi do início. Ele contou que o turismo começou há seis anos, junto com as escadas rolantes a céu aberto que fizeram a fama do lugar.
Elas foram idealizadas em 2004 e implantadas em 2011, ainda sem o teto. São seis lances dos equipamentos que ajudam na locomoção das pessoas que vivem na Comuna 13, no bairro Independência 1. Já o Independência 2 tem uma conexão por uma via pavimentada para pedestres.
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Os turistas chegaram com mais força há dois anos. Há um ano e meio foi implementado o free walking tour. A ideia das precursoras era praticar o inglês aprendido gratuitamente no centro social. Hoje a empresa conta com cinco guias locais.
A OPERAÇÃO ORION NA COMUNA 13
A revitalização da área começou depois da Operação Orion, em 2002. Por causa de sua geografia, a Comuna 13 sempre foi um ponto logístico estratégico para o comércio de drogas e armas. A ação começou depois da morte de dois estudantes e foi autorizada pelo então presidente Álvaro Uribe.
De acordo com o guia, mais de 70 pessoas foram mortas só para que a entrada da polícia fosse possível, inclusive de falsos-positivos (inocentes assassinadas). Houve uma limpeza social entre 2002 e 2005, período em que houve muitos desaparecimentos.
Em 2006, um paramilitar contou as atrocidades que aconteciam ali. Há um morro próximo em que as vítimas eram enterradas e há ainda uma estimativa de cem corpos por encontrar. Apesar disso, as famílias só podem acessar o lugar no mês de outubro.
A TRANSFORMAÇÃO NA COMUNA 13
Segundo o menino, a transformação da Comuna 13, contudo, não aconteceu pela violência. Ela aconteceu pois os projetos não foram impostos, mais sim discutidos com a comunidade. Hoje, as ruas pulsam com manifestações artísticas como rap, break e grafite. Os moradores contam com parques, bibliotecas e Wi-Fi grátis.
Um escorregador foi instalado em homenagem a um menino que morreu por uma bala perdida. A empresa responsável pelas escadas rolantes conheceu sua história e quis instalar o equipamento. O guia disse que não há mais insegurança no local (os relatórios de autoridades contradizem essa informação). Também quase não há polícia.
São os próprios moradores que cuidam um dos outros. Ainda há pobreza e a vida das pessoas deste lugar não é fácil, mas visitá-lo me deu esperanças de que realidades podem melhorar, desde que governos e população trabalhem juntos.
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