Cafayate era um dos lugares que eu mais queria conhecer na Argentina. Essa é uma pequena cidade na província de Salta, no norte do país. Seu principal atrativo é a Quebrada de las Conchas. Ela é famosa pela série de formações rochosas que se estende por cerca de 30 quilômetros. As primeiras atrações ficam distantes uns 20 quilômetros do centro pela Rota 68. Como o acesso até a estrada era fácil, somente uma meia hora de caminhada, decidi tentar pegar carona.
Eu imaginava que alguém ia me pegar, levar até o último local que eu queria visitar e teria que caminhar entre os pontos que me interessavam. Mas tive muito mais sorte do que isso. Aproximadamente 20 minutos depois de começar a levantar o dedão, um carro parou. Era um casal de franceses muito simpáticos que, depois, descobri que haviam estado no mesmo hostel que eu, o Rusti-k. Eles haviam alugado o veículo em Salta capital, estavam voltando para a cidade e iriam fazer paradas em todos os lugares que tivessem vontade.
OS MÉDANOS
A primeira vez que descemos do carro foi nos médanos. São dunas de areia que aparecem de repente, como se estivéssemos perto da praia. Isso tem uma explicação: milênios e milênios atrás, toda essa região costumava ser oceano.
Foram encontrados depósitos salinos e diversos fósseis de animais marinhos (por isso, o rio foi batizado de “Río de las Conchas”). Esses fósseis são alguns dos elementos geológicos que formam a área. As dunas estão cerca de oito quilômetros distantes do centro de Cafayate. É preciso ficar atento à discreta placa que indica a entrada e, poucos metros a seguir, abrir uma porteira.
A QUEBRADA DE CAFAYATE
Onze quilômetros depois dos médanos está Los Colorados (os vermelhos), a primeira das muitas impressionantes formações rochosas. São altos morros cuja cor e textura chamam a atenção. Em seguida, vem Las Ventanas (as janelas). Depois, está La Yesera, altos paredões coloridos. Para chegar até eles, é preciso caminhar por cerca de 15 minutos. O mirador Tres Cruces é o próximo destino. Dele, se vê todo o vale.
Então é a vez das duas principais atrações da RN-68, distantes menos de um quilômetro entre elas: o Anfiteatro e a Garganta del Diablo. Eles são paredões gigantescos com vãos no meio. No Anfiteatro, não é raro ver gente cantando ou tocando instrumentos para aproveitar a magnífica acústica do local. Na Garganta, os visitantes se aventuram escalando algumas partes da rocha para explorá-la melhor.
A coloração predominante vermelho-alaranjada das formações se deve ao óxido de ferro que se encontra na região. A paisagem me lembrou bastante os cânions de Arizona, nos Estados Unidos, e a Capadócia, na Turquia. Para voltar, levante o dedo na beira da estrada quase em frete à entrada da Garganta. Em menos de 10 minutos, um senhor que voltava do Peru me levantou e me deixou no centro de Cafayate.
AS BODEGAS E AS CASCATAS
No dia seguinte, passeei pelo centro, que não vai muito mais além do tradicional passeio pela praça central, onde se encontram a igreja e várias lojas, principalmente de artesanato. Um pouco mais afastadas estão outros estabelecimentos que dão fama a Cafayate: as vinícolas. Conheci a Bodega Vasija Secreta, que não cobra pela visita guiada, que dura uns 10 minutos, com degustação ao final.
Mais cedo, havia estado no Parque de las Siete Cascadas (Parque das Sete Cascatas). A entrada é grátis, mas, se o viajante quiser o acompanhamento de um guia, ele cobra 40 pesos por pessoa a cada cachoeira (uns R$ 8). Isso porque a trilha é bem complicada e cansativa e muita gente prefere retornar antes de chegar ao final.
Eu fui uma dessas pessoas. Fui sem guia e antes mesmo de chegar à primeira queda d’água, parei. Mas o trajeto, com certeza, valeu à pena. Caminhar no meio de dois grandes morros, com muitos cactus ao redor e cruzando o Río Colorado de vez em quando foi uma grande experiência.
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