João Pessoa + Cabedelo

João Pessoa
A Igreja de São Francisco, no centro da capital paraibana, é um dos prédios mais bonitos da cidade

Em João Pessoa, capital da Paraíba, o esquema de transporte é organizado, mas pouco prático. As linhas de ônibus se encontram nos terminais de integração espalhados pela cidade. De lá, pode-se pegar um segundo coletivo sem pagar passagem, mas a viagem fica um pouco mais demorada. Meus anfitriões do Couchsurfing moravam no Bessa, um bairro tranquilo à beira-mar. A casa tinha nome: Qdernatelha.

o pessoal do qdernatelha

Além de hospedaria, era um gastrobar com comida vegetariana e onívora e loja de móveis construídos pelos próprios donos com materiais encontrados na rua. O ambiente era tão adorável que passei longas horas conversando com o pessoal. O resto do tempo usei para passear pelo município.

Perto de casa, dei um mergulho na água calma, clara e quente. Segundo meus novos amigos, “o mar não estava muito bom” naquele dia. Para mim, estava igual ao do Caribe. Durante a noite, meus hosts me convidaram para um show no Espaço Cultural José Lins do Rêgo. E aconteceu uma coisa que me deixa sempre muito feliz, especialmente em viagens. Fui a um show e conheci uma banda nova. Mafiota foi a grande descoberta do festival Music From Paraíba.

cabedelo

Lá no alto do mapa, o sol nasce e se põe mais cedo. Não foram poucos os dias em que, já com o céu escuro, olhei para o relógio acreditando ser umas 20h, quando o ponteiro sequer havia apontado 18h. Com isso em mente, no meio da tarde fui ao município vizinho de Cabedelo para a experiência que mais ansiava: assistir ao famoso pôr do sol na Praia do Jacaré. O Rio Paraíba é palco da apresentação de Jurandy do Sax que, desde 2001, toca o Bolero de Ravel em um barquinho no rio, enquanto o sol desaparece.

ASSISTA AO VÍDEO DO PÔR DO SOL NO JACARÉ

Ali, pelo calçadão na beira do rio, ficam lojas e banquinhas vendendo artesanato e souvenires da região. Antes de chegar à feirinha, que concentra o maior número de expositores, algumas obras de arte chamaram minha atenção – e de muita gente que passava por ali. O artista Marcio Rodrigues faz telas com a técnica aerosolgrafia.

ASSISTA À ENTREVISTA COM MARCIO RODRIGUES
a ponta do seixas

Outro passeio que não via a hora de fazer era para o ponto mais oriental da América, a Ponta do Seixas, e ao Farol de Cabo Branco. É bom se programar. O trajeto de ônibus é longo, e o ideal é pegar a maré baixa para enxergar os corais e conseguir contornar a falésia de Cabo Branco a pé. Na maré alta, o trecho fica intransitável.

ASSISTA AO VÍDEO DE JOÃO PESSOA

Subir a lomba até o farol caminhando sob o sol escaldante, com altíssimo índice de radiação do Nordeste ao meio-dia, não foi a melhor ideia que tive. Ainda mais pelo pouco que a atração oferece. O farol tem um formato estrelado interessante, mas é só. Nem mesmo a vista panorâmica da orla é possível, pois a erosão da falésia fez com que o mirante fosse interditado.

o centro de joão pessoa

Uma caminhada pelo centro encerrou a visita a João Pessoa. Ao perambular pelas ruas inclinadas, encontram-se prédios históricos charmosos, alguns restaurados, outros com ar de abandono, o que também tem seu charme. A beleza da Igreja de São Francisco impressiona. Esse é um bom lugar para passar os últimos momentos nessa linda cidade.

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