O departamento de Santander é um dos mais abençoados pela natureza na Colômbia. Passei cerca de 10 dias na região, começando pelo sul, em Guadalupe, até chegar à região metropolitana da capital Bucaramanga, uma das maiores cidades do país.

GUADALUPE

Meu destino inicial no departamento era o vilarejo de Guadalupe, para visitar o Rio Las Gachas. Demorei quatro horas para chegar na cidade, pois estava em Chiquinquirá. Precisei tomar um ônibus até Oiba, que custou COP 20.000 (uns R$ 30) e demorou três horas, e de lá pegar uma caminhonete até Guadalupe por mais uma hora e COP 7.000 (uns R$ 10).

Consegui, através de um grupo de viajantes, um menino que me hospedasse em Guadalupe. Ele passeou comigo pelo pequeno centro no dia em que cheguei e no dia seguinte fomos até o meu real objetivo: A Quebrada Las Gachas.

Conheci este lugar de uma maneira muito inesperada. Minha host do Couchsurfing da cidadezinha de Filandia tinha um álgum de figurinhas do chocolate Jet dedicado às riquezas do país. Folheando suas páginas descobri um pouco sobre o “primo pobre” de um dos destinos mais lindos da Colômbia: o Caño Cristales (e difícil e caro acesso).

O turismo massivo ainda não chegou à Guadalupe, o que torna o passeio ainda mais gostoso. A caminhada desde a casa do menino que me recebeu, no centro da cidade, até a Quebrada de Las Gachas demorou mais ou menos uma hora, por uma trilha que eu não poderia encontrar, caso ele e seu amigo não tivessem que acompanhado (mas a tarefa não é impossível com boas indicações e uma dose de coragem).

LAS GACHAS

O fundo do rio é de laje e sua profundidade não deve ultrapassar os 10 centímetros na maioria dos trechos. Contudo, há buracos redondos na rocha. De diferentes tamanhos, alguns deles formam pequenas piscinas naturais, enquanto outros são fossas com risco de queda.

O ideal é caminhar com meias, pois o piso é muito escorregadio. Eu mesma resvalei. E isso que estava sentada! Estava me deslocando com os pés e a bunda, justamente pelo medo de cair. Eu tinha a mochila nas costas (e dentro dela câmera, lente e celular).

Contudo, por maior que fosse meu cuidado, comecei a avançar sem controle da velocidade. Fui capaz de desviar de uma jacuzzi, mas acabei caindo em uma mais adiante. A sorte é que ela era diminuta e, no momento em que meus pés tocaram o fundo, dei impulso para sair dali.

Todas as coisas que eu levava ficaram ligeiramente molhadas e as coloquei para secar em uma pedra ao calor do sol. Passado o susto (mas ainda com a dúvida de se os eletrônicos haviam sido danificados), resolvi relaxar. Aproveitei para repetir uma brincadeira que havia visto na internet: usar a laje de escorregador e resvalar até uma das piscininhas (desta vez, de propósito).

SAN GIL

No dia seguinte, segui o rumo a San Gil. Tomei um ônibus até Socorro, que custou COP 11.000 (uns R$ 15) e demorou umas duas horas. Depois fui a San Gil, com o preço de COP 5.000 (uns R$ 7,50), cuja viagem demorou uns 30 minutos.

San Gil é o paraíso para quem gosta de esportes de aventura. Pude experimentar vários deles, já que meu host do Couchsurfing era instrutor de rafting. Além de me convidar para remar pelo Rio Fonce, pude participar do vídeo promocional da empresa em que trabalha e pude fazer o circuito. A atividade incluiu saltar de uma pedra para o rio, cruzar um cabo de aço, descer de rapel (em uma parede seca e outra em uma cascata) e fazer tirolesa.

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Eu não fiz a última, pois consegui uma parceria para fazer algo ainda mais excitante: bungee jump. Anunciado como o mais alto da América do Sul, o salto do Bungee Extremo é feito de uma plataforma a 140 metros de altura no Parque Peñon Guane.

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A estrutura fica suspensa no meio de um cânion. Para chegar até ela, os monitores acompanham o aventureiro em um teleférico. Depois do salto, o turista é içado novamente à base. Eu já tinha tinha feito um salto de 100 metros no Equador com a técnica puenting, mas o do Bungee Extremo foi especial. A vista é incrível e o fato de pular do meio dos paredões dá ainda mais emoção.

Se engana quem pensa que San Gil é um destino voltado apenas àqueles que buscam adrenalina. Seu centro histórico é bem bonito. A praça, a catedral e o sobe e desce de suas ruas também têm seu charme. A natureza também é abundante, com muita vegetação.

BARICHARA E GUANE

Usei San Gil de base para passar o dia em Barichara, um pequeno município distante 40 minutos. A passagem de ônibus custa COP 5.000 (uns R$ 7,50). É um prazer caminhar pelas vias empedradas observando as casas brancas em estilo colonial. Com um dos cascos urbanos melhor preservados do país, Barichara foi declarado Patrimônio Nacional.

Desde Barichara parte uma trilha até o povoado de Guane. O Caminho Real que liga os dois pontos tem uns sete quilômetros e é percorrido em aproximadamente duas horas. Também Patrimônio Nacional, ele é parte da história santaderiana. A paisagem causa deleite. É recomendável calçar botas, pois as pedras podem machucar os pés. Há transporte de hora em hora de Guane até San Gil, e custa COP 7.300 (cerca de R$ 12).

CÂNION DE CHICAMOCHA

Entre San Gil e Bucaramanga se localiza um dos cânions mais famosos do país, o de Chicamocha. Desde o mirador de Mesa de Los Santos, a 1,7 mil metros sobre o nível do mar, se têm uma bela vista do lugar. Los Santos também tem um mercado campesino, onde se pode degustar produtos locais, inclusive as gordurosas e deliciosas arepas de choclo. Tivemos que voltar de carona do mercado, pois perdemos o último ônibus a Bucaramanga, às 18h.

BUCARAMANGA

Bucaramanga é uma típica capital departamental, pois não tem grandes atrativos. Contudo, seus parques e museus fazem a parada na cidade valer a pena. Cheguei justamente na realização do evento El Centro con las Salas Abiertas – Circuito de Artes Bucaramanga. Durante a programação, as 15 entidades (que sempre têm entrada gratuita) têm monitores para guiar os visitantes.

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FLORIDABLANCA

Em Bucaramanga, me hospedei com dois hosts do Couchsurfing, ambos na região metropolitana. Um deles morava em Piedecuesta e outro Floridablanca. Eles são todos conectados pelo sistema de ônibus e BRTs. Florida é conhecido como o “município doce” da Colômbia. Sua maior especialidade são as obleas, uma espécie de wafer fino e redondo rechedo com tudo o que se tem direito. Elas são vendidas em todo o país, mas com uma apresentação muito mais simples.

GIRÓN

Girón é outro município declarado Patrimônio Nacional e integrande da Rede de Cidades Patrimônio da Colômbia. Também fica na região metropolitana de Bucaramanga. A passagem custa COP 2.300 (uns R$ 4). Seu casco histórico é bonito, mas pequeno. Uma tarde é suficiente para conhecer o local.

BUNGEE EXTREMO
www.facebook.com/bungeeextremosangil
+573005548388, +573182431383, +573102631669

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MAPA:

*O bungee jump com a empresa Bungee Extremo foi uma permuta com o Me Leva Embora Estrada Afora – salto em troca de uma citação no post no blog. As opiniões contidas no texto são independentes e baseadas na experiência que tive lá.*

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