“Cali pachanguero, Cali luz de un nuevo cielo“. Quem planeja viajar para Cali já deve ir se acostumando com esses versos, pois são parte da canção mais simbólica da capital da salsa. Contudo o terceiro município mais populoso da Colômbia, tem bem mais a oferecer aos turistas do que música e dança.
Passeei pelo centro de Santiago de Cali no dia de seu aniversário de 482 anos, em 25 de julho. Participei de dois free walking tours para aprender mais sobre sua história e cultura. A empresa Free Tour Cali oferece dois itinerários: o “Salsa + Arte” começa às 10h e o “Histórico” inicia às 16h. Ambos saem ao lado da igreja La Ermita e ocorrem de segunda a sábado. O guia Paul conversa em espanhol e em inglês com os turistas na capital do departamento do Valle del Cauca.
FREE TOUR CALI: SALSA + ARTE
O passeio da manhã começa com uma explicação sobre a história do país e da cidade. Então, o grupo – exclusivamente de europeus, com exceção de mim – entra na igreja para apreciar a imagem do Señor de la Caña de Azúcar e da Nuestra Señora de los Dolores. Desde 1602 há um templo católico neste local. A construção atual terminou em 1942 e foi inspirada na catedral de Köln, na Alemanha.
Na segunda parada, o guia fala sobre as origens da salsa e inclusive ensina os visitantes menos tímidos alguns passos. Também comenta sobre um grafite das redondezas e cita alguns nomes importantes da música e da literatura calenha. O principal autor mencionado é Andrés Caicedo, que escreveu “Que viva la música“.
CALI ES CALI, LO DEMÁS ES LOMA
A turma então se encaminha para o Museu da Salsa Jairo Varela, onde escuta-se a história do Grupo Niche e de seu fundador. Essa é a banda mais representativa do ritmo na cidade, e uma das maiores do mundo. Ali está gravada na parede a letra de Cali Pachanguero e descobre-se o que a inspirou.
Do lado de fora do museu está um monumento icônico de Cali. Devido à importância do Grupo Niche, uma escultura foi instalada em sua homenagem. Ela forma o nome da agrupação e em suas bases estão alto-falantes que reproduzem sua música mais importante. Letras de temas foram escritas por dentro da obra.
Durante a caminhada pela Calle de la Escopeta, o guia aponta para alguns grafites. O mais chamativo deles, para mim, foi a “falsa livraria“. Além desse, ele fala sobre o “jodido”, o “diablo dançando” e o “galo-humano”. O tour termina perto da Colina de San Antonio.
FREE TOUR CALI: HISTÓRICO
O tour da tarde foca mais na história do município. A introdução é parecida, com um pouco mais de detalhes sobre a cultura Calima, a civilização pré-colombiana que viveu no Valle del Cauca do ano 1600 a.C. ao século 6.
O passeio começa a se diferenciar no momento em que se chega ao Parque dos Poetas. Nele, Paul cita alguns autores colombianos. Ele fala especialmente em Jorge Isaacs, escritor do livro María. O artista, cenário e personagens da ficção estampam a nota de 50 mil pesos colombianos.
Já na Plaza de Cayzedo, o guia conta como foi o processo de independência de Cali. Joaquín de Cayzedo foi o líder da luta pela independência calenha, em 3 de julho de 1810. Ele separou o município do departamento de Cauca, cuja capital é Popayán.
LEIA SOBRE POPAYÁN NESSE POST
Foi a primeira cidade a se independizar no país. Em seguida, veio Bogotá, em 20 de julho, data que é celebrada nacionalmente. Ao redor da praça ficam edifícios importantes, como o Palácio de Justiça e a Catedral Metropolitana de São Pedro.
O grupo segue andando, agora enfrentando um pouco do vento que começa ao redor das 15h para refrescar um pouco a temperatura da cidade. No meio do caminho, há uma parada para apresentar alguns produtos locais, como o chontaduro (uma fruta servida com sal e mel).
A outra praça visitada é a Plazoleta de San Francisco. De um lado da praça está a Igreja de San Francisco e do outro fica o governo vallecaucano (também conhecido como valluno). Neste lugar, Paul comenta que o nome Colômbia é uma homenagem a Cristóvão Colombo (Cristóbal Colón, em espanhol).
Ele também explica o significado das cores da bandeiras de Cali e da Colômbia. A insígnia da cidade tem azul, que representa o céu o os rios, vermelho, que lembram os protomártires, e branco, da paz. O estandarte do país tem amarelo, por causa do ouro, azul, pelo oceano, e vermelho, do sangue.
A próxima igreja é a La Merced. Uma missa neste lugar marcou a fundação da cidade pelo capitão Sebastian de Belalcazar. Isso aconteceu no dia 25 de julho de 1536, dia de Santiago, e por essa razão o município foi batizado de Santiago de Cali.
O GATO E AS GATAS
A caminhada então volta às margens do Rio Cali, onde está um dos emblemas calenhos: o Gato del Río. Essa obra de arte foi doada pelo pintor e escultor Hernando Tejada e instalada em 1996 do Boulevar del Río, um parque ao lado do curso d’água.
Essa área de lazer foi uma das heranças dos Jogos Mundiais de 2013, que revitalizaram a cidade, antes muito marcada pelo tráfico de drogas. Quando o gato completou 10 anos, a prefeitura fez um concurso para encontrar uma namorada para ele. No fim, o felino ganhou 22 gatas, cuja maioria foi instalada ao longo do Boulevar del Río. É bom passar repelente antes de visitar os gatos, pois há muitos mosquitos.
O tour termina no Parque San Antonio, de onde se tem uma linda vista de Cali. Em algumas noites, artistas fazem apresentações de stand up comedy. Nos fins de semana, essa grande área verde é tomada por jovens e famílias sentados na grama.
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MAPA:
Muy interesante! Voy a leer todas las ciudades para ver cuál será mi próximo destino.
Me alegro mucho, Ana! Y entiendes bien en portugués? Jejeje
Si! Además, la iglesia está toda muy interesante
Me gustó el detalle del Cristo, con la caña, que es el principal producto agrícola de la región.