O Peru foi o primeiro país onde tive contato com a Amazônia, mesmo sendo brasileira. O ponto de partida foi Chachapoyas, capital do departamento de Amazonas. Cheguei à cidade depois de uma viagem de 12 horas desde Cajamarca que me custou 50 soles (uns R$ 50). Saímos às 17h, então amaior parte do trajeto foi à noite. Depois da janta (incluída no preço da passagem), eu só podia ver o precipício ao lado do ônibus e a estrada em curvas onde só passava um veículo por vez nos raros momentos em que não havia escuridão.
CÂNION DE SONCHE
Assim que entrei em sua casa, minha host do Couchsurfing sugeriu que eu conhecesse um lugar sobre o qual nunca havia escutado antes: o Cânion de Sonche, também conhecido como Cânion de Huancas. A van, que sai perto do mercado, custa 5 soles (uns R$ 5) e demora aproximadamente 20 minutos até a segunda entrada. A entrada vale 3 soles (R$ 3).
Quatro quilômetros antes está a primeira entrada. A caminhada é em meio a uma tranquila paisagem rural. Caso seja época de chuvas (abril, quando fui, é um dos meses), é bom estar preparado para fortes e rápidas precipitações. É preciso parar outro ingresso de 3 soles. A imagem do cânion me pareceu mais bonita deste ponto de vista.
AS CASCATAS MAIS ALTAS
Eu fui a Chachapoyas especialmente para conhecer a Catarata de Gogta. Sua altura é de 771 metros, divididos em dois saltos, o maior de 540 metros. Supostamente, é a terceira cachoeira mais alta do mundo, mas aqui entra uma controvérsia. A Catarata de Yumbilla, também no departamento de Amazonas, tem 896 metros, mas divididos em quatro quedas.
Ela recém foi descoberta e ainda não está preparada para o turismo. Segundo informações da iPeru, o centro de informações turísticas peruano, o passeio até lá custa por volta de 85 soles (uns R$ 85), entre transporte e entrada. Além do trajeto em veículo, são cerca de duas horas de caminhada para ir e duas para voltar. Agências não fazem tours para esse destino, pois estão esperando uma melhor estrutura.
A CATARATA DE GOCTA
Gocta, por outro lado, já vem sendo explorada turisticamente há vários anos. O passeio custa 50 soles (uns R$ 50) em média. Escolhi a agência Chachapoyas Trip Adventures para me levar até esse lugar que tanto queria conhecer. O tour começa às 9h em frente ao escritório da empresa, no calçadão perto da Plaza de Armas, onde eles oferecem uma garrafinha de água para os clientes a cada tour.
São quase duas horas de viagem em van para chegar ao início da trilha. Antes de começar a caminhada, os turistas fazem os pedidos de seus almoços no restaurante (os pratos mais baratos são os que estão incluídos no tour). Eu e o grupo de 12 peruanos e um argentino iniciamos a andar por volta das 11h10min e chegamos a Gocta pelas 13h30min, com muitas paradas para fotos pelo caminho no meio da mata.
A força da água é impressionante e essa demonstração do poder da natureza me emocionou muito. É bom levar um poncho ou vestir roupa impermeável, pois os visitantes se molham ao aproximar-se da cascata. A volta começa pelas 14h15min e termina às 16h15min. Para quem não quer encarar a caminhada, há cavalos para alugar. Tivemos 30 minutos para almoçar e retornamos a Chachapoyas.
A CIDADELA DE KUÉLAP
Outro tour bastante procurado na cidade é o da cidadela fortificada de Kuélap. Esse passeio sai às 8h30min do escritório da Chachapoyas Trip Adventures e custa mais ou menos 80 soles (uns R$ 80). Fui com um grupo de seis peruanos. Nossa entrada para o teleférico que leva ao sítio arqueológico, foi marcada para às 10h30min. São 20 minutos de deslocamento nas cabines que suportam até oito pessoas.
Depois são dois quilômetros de caminhada até a fortaleza de Kuélap. Cavalos podem ser alugados por 15 soles (uns R$ 15). O grupo chegou às 11h45min em frente à construção do ano 500. Em todo o povoado, capital da cultura Chachapoya, viviam cerca de 3 mil pessoas, apenas a elite da civilização pré-inca que chegou a ter 500 mil pessoas.
As ruínas foram descobertas em 1843 e em 1979 começou o turismo nesta atração, declarada patrimônio cultural da nação em 2000. O acesso 1, o mais elaborado, pois era utilizado pelos nobres, está em reforma e a expectativa é que só fique pronto em 2021.
Dentro da fortificação havia 420 casas redondas. Segundo teóricos, elas foram erguidas desta maneira para protegê-las do vento, manter o calor e resistir a terremotos. Além de falar sobre arquitetura, durante todo o passeio, o guia explica como funcionava essa sociedade, como eram suas crenças e tradições. Ele também conta como os Incas conquistaram os Chachapoyas e os incorporaram ao Tawantinsuyo, o império incaico.
OUTRAS ATRAÇÕES DE CHACHAPOYAS
O tour às Cavernas de Quiocta e os Sarcófagos de Karajía também são muito buscados pelos turistas e valem 80 soles (uns R$ 80). Infelizmente, não pude ir, pois a estrada que dá acesso a estes lugares estava em reparação. As rodovias peruanas podem ser problemáticas e às vezes impedem a realização de passeios. Em um dos dias que estava por lá houve um pequeno deslizamento de terra, que são comuns em épocas de chuva. Por sorte, as rochas não eram muito pesadas e o motorista foi capaz de tirá-las do caminho.
ASSISTA AO VÍDEO DOS TOURS DA CHACHAPOYAS TRIP ADVENTURES
CHACHAPOYAS TRIP ADVENTURES
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Jr. Amazonas, 770
+51958641621
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MAPA:
* Os tours para a Catarata de Gocta e para a Cidadela de Kuélap com a Chachapoyas Trip Adventures foi uma permuta com o Me Leva Embora Estrada Afora – passeio em troca de uma citação no post no blog e elaboração do vídeo. As opiniões contidas no texto são independentes e baseadas na experiência que tive lá.*
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