Eu não via a hora de voltar a Londres. A capital da Inglaterra, um dos meus países preferidos, sempre me encantou e sempre oferece novos lugares a serem descobertos, como era de se esperar de uma cidade com quase 8,7 milhões de habitantes. O passeio teria um ar de nostalgia, e, por isso, ao desembarcar do ônibus na Victoria Coach Station, fiquei um tempo por lá para lembrar as várias horas que passei nessa rodoviária em 2010. Naquele ano morei por seis meses em Bournemouth, no sul da Grã-Bretanha. Também me demorei na estação de trem ao lado, a Victoria Station, onde costumava matar tempo enquanto aguardava condução à noite.
Comecei a andar tranquilamente pelas ruas londrinas, pois tinha umas três horas até me juntar com Paloma, uma amiga espanhola que eu conheci nos Estados Unidos e que seria minha anfitriã em Londres (vai dizer que isso não lembra a música Disneylândia, do Titãs?). Eu iria encontrá-la no trabalho, a uns seis quilômetros da Victoria, e minha ideia era caminhar para aproveitar mais essa atmosfera que tanto amo. Acho que os quatro anos que passei longe da cidade (voltei em 2012) me fizeram esquecer do poder hipnotizador que ela tem. Obviamente, não consegui me reunir com ela no horário marcado.
O Palácio de Buckingham
A primeira “distração” foi o Palácio de Buckingham. O nome da construção vem de um dos primeiros donos da propriedade (que era uma casa originalmente): John Sheffield, o Duque de Buckingham. A construção serve de residência real desde 1837, quando a Rainha Vitória se mudou para lá. Os escritórios da monarquia também ficam no prédio, que tem 775 peças. Mesmo que ele seja utilizado diariamente pela Rainha Elizabeth II e seus assessores, é possível visitá-lo em algumas épocas do ano.
O que mais atrai turistas para a frente dos portões negros com detalhes dourados não é a arquitetura e nem a remotíssima possibilidade de ver algum membro da família real, mas uma cerimônia que acontece quase que diariamente: a troca da guarda (o calendário muda de acordo com a estação, mas, geralmente é por volta das 11h – confira aqui a programação). Esse é o momento em que um batalhão se desloca para render o que estava em serviço. Os homens de túnica vermelha e chapéu de pelo de urso são uma das imagens mais icônicas associadas à Inglaterra, mas não se espante se o regimento estiver com um casaco cinza, pois este é o uniforme usado no outono e no inverno.
Em frente ao Buckingham está o St. James Park. Na medida em que eu entrava no parque, aumentava o volume de uma música ao longe. Finalmente encontrei, em frente ao lago, a origem do som. Uma banda de sopro estava se apresentando naquela tarde de verão. Comprei um sorvete e sentei na grama (é preciso pagar pelas convidativas cadeiras) para aproveitar o sol, curtir o show e apreciar minhas primeiras horas em Londres.
A Downing Street
Eu ainda tinha um tempo e, como já tinha feito uma visita a Sua Majestade, decidi dar uma passada na recém-empossada Primeira Ministra Theresa May, no número 10 da Downing Street. A pequena rua de uma quadra é fechada para o público e a polícia está constantemente fazendo a segurança do local, assim que não é possível ver a famosa porta preta. Na verdade, não é nenhum atrativo imperdível, mas como é tão perto (fica entre o St. James Park e o Rio Tâmisa), vale a pena pela importância do lugar na política mundial. Desde 1735 o endereço serve como casa, escritório e espaço social do premier. O imóvel foi um presente do Rei George II para o primeiro premiê britânico, Sir Robert Walpole, que sugeriu que a propriedade servisse como residência oficial daqueles que ocupassem seu cargo no futuro.
O Tâmisa
Os minutos avançaram, mas calculei que mais um pequeno desvio não faria mal, e então cheguei à Abadia de Westminster, ao Big Ben e ao Parlamento. Já era hora de ir em direção à minha amiga. Contudo, eu tinha em minha frente o encantador Thames, então resolvi cruzar a Westminster Bridge para ter uma linda visão do rio com a ponte e o famoso relógio de Londres. Aproveitei que estava por ali e fui até o London Eye. Eu tinha esquecido da quantidade de gente que se aglomera em frente à atração e comecei a desviar das pessoas apressada.
O desespero em Londres
Percebi que estava atrasada. Minha bateria estava acabando e eu não tinha internet. Caminhei preocupada pelo South Bank (de vez em quando parava pra tirar umas fotos, porque a cidade é irresistível – entre outras cenas, vi jovens andando de skate embaixo de uma marquise e gente se demorando em uma feirinha de livros debaixo de uma ponte).
Andei mais um bocado e entrei em um Pret A Manger, uma das redes de cafés mais populares do país, para carregar o celular e conectar a internet. Foi quando me dei conta que tinha esquecido o adaptador. Quase entrei em desespero. Acabei pedindo para uma guria que estava no laptop para usar o Facebook. Mandei inbox para Paloma, mas as mensagens não estavam indo. Pedi para a menina adicioná-la no Whatsapp, mas não funcionou. Ela sugeriu que eu ligasse. Primeiro, ninguém atendeu. Tentei de novo e consegui.
“About 15 minutes“
Combinamos de nos encontrar na King’s Cross Station, pois achei que era perto (estava tão aflita que parei de prestar atenção no caminho, mas tinha uma vaga lembrança de ter visto uma placa da estação). Agradeci mil vezes àquela boa alma e tomei meu rumo. Eu caminhava e caminhava e caminhava e nada de chegar.
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Pedia indicações e me diziam que se em uns 15 minutos estaria lá. Mais adiante, perguntava a outra pessoa que me respondia “mais 15 minutos”. Avançava mais um tanto e a informação que recebia era sempre a mesma: “about 15 minutes“. Imagino que a ansiedade e a pressa tenham aumentado a proporção da distância e da demora, pois o trajeto deve ter durado menos de meia hora. Finalmente, depois do calmo passeio pela capital inglesa e do tenso percurso para chegar ao local que eu queria, encontrei Paloma, que eu não via há quase cinco anos.
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MAPA:
Que delícia de relato… amei
Valeu, Adri! Bjs
Aww que aventura na terrinha da rainha. Sou louca para conhecer Londres (espero que em breve rs), e com certeza viajei aqui lendo seu relato 🙂
Beijos
Tem que ir, Josi! Melhor país do mundo!
Matei um pouco a saudade de Londres, fui 2 vezes e quero voltar várias outras.
Eu quero voltar mil vezes mais!!! ❤
Adorei o post! Super completo e com informações preciosas dessas atrações que eu amo!
Valeu Marcio! Todos amamos 😁