Em 2014, eu planejava estudar francês na França. Depois de alguns dias de busca, decidi por Lille, principalmente por ser uma cidade média – são cerca de 230 mil habitantes – próxima de outros locais que eu poderia visitar enquanto estivesse lá: Paris (capital que eu ainda não havia visitado), Inglaterra (nação pela qual sou apaixonada) e Bélgica (país que não conhecia até aquele momento).
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Todos os dias, pesquisava um pouco mais sobre o município e acabei criando um carinho pelo lugar. Mas então veio a oportunidade de ir à Turquia para o casamento de uma amiga naquele período e os planos para Lille foram abandonados. Contudo, essa ligação com a cidade ficou e me interessava sempre que via algo sobre ela (geralmente, chamadas para os jogos do time de futebol de lá).
Por isso, quando montei o roteiro da viagem à Europa de 2016, tive que incluí-la. Finalmente, eu conheceria Lille. Honestamente, fiquei aliviada de ter mudado de ideia lá em 2014. Não que a cidade não tenha atrativos, mas a conexão parecia maior à distância do que in loco.
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E olha que tive uma das melhores anfitriãs do Couchsurfing que poderia encontrar. Najet é uma simpática jovem francesa de pais marroquinos. Ao me receber em sua casa, preparou um almoço e, em seguida, foi minha guia em um passeio pelo centro.
O centro de Lille
Começamos a caminhada pela Place du Théâtre e pela Place Charles de Gaulle, onde estão alguns dos prédios históricos mais importantes. Um dos que chama mais a atenção é o campanário da Câmara da Indústria e Comércio (CCI), erguido no começo do século 20. Para quem prefere uma arquitetura mais moderna, a Catedral Notre Dame De La Treille, concluída em 1999, a cerca de meio quilômetro do CCI, é a pedida.
O Parc de la Citadelle
Para descansar da caminhada debaixo do sol, nos dirigimos até o lugar preferido da minha guia, o Parque da Cidadela (Parc De La Citadelle). Seus 60 hectares fazem desta a maior rea verde – é a maior do município. No parque de diversões, compramos croustillons hollandais (que parecem muito com bolinhos de chuva). Nos afastamos para um ambiente mais tranquilo e sentamos na grama para fazer nosso lanche.
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Em seguida, passeamos um pouco mais para ver as ruínas da muralha. Bem no meio do terreno fica a citadela, concebida em 1667 com formato de pentágono. Concluída três anos depois, era uma pequena cidade cercada por bastiões em forma de estrela. Hoje, a edificação serve como um complexo militar, cujo interior raramente pode ser conhecido por visitantes externos.
O Gare de Saint Sauveur
A programação da noite foi no Gare de Saint Sauveur. A antiga estação de trem foi convertida em espaço cultural no ano de 2009. Lá acontecia um festival de rap gratuito. O lugar era muito acolhedor. O público, além de acompanhar a música na parte interna, aproveitava as mesas da área externa para curtir os amigos tomando uma cerveja ou drink para espantar o calor do verão. Gostei tanto da atmosfera dali que voltei na tarde seguinte para conferir o local durante o dia. Enquanto uns se divertiam com alguns brinquedos espalhados pelo pátio, outros passeavam pela exposição Lille3000.
Ao lado St So (apelido do Gare de Saint Sauveur) está o Parc Jean Baptiste Lebas. Com suas inconfundíveis grades vermelhas, o agradável parque tem uma pracinha para crianças – com equipamentos diferentes dos que eu já tinha visto e com pavimento emborrachado -, gramado bem cuidado e várias canchas de petanque (esporte que me lembrou muito a bocha – mas mais popular entre os jovens – e vi sendo jogado em todas as cidades que visitei na França).
A Porte de Paris
Um dos monumentos que mais me encantou em Lille fica a uma quadra da entrada norte do parque. A bela Porte de Paris servia como uma das entradas para os viajantes que chegavam à cidade na época em que foi construída, entre 1685 e 1692. Esse arco do triunfo é circundado por um jardim abaixo do nível da rua que acrescenta ainda mais charme ao cenário, que ainda conta com o campanário da prefeitura.
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O Hôtel de Ville, sede da administração da cidade, foi construído em 1932 e é o prédio municipal mais alto do país graças à torre. A Unesco declarou estrutura de 104 metros como Patrimônio da Humanidade (assim como todos os outros campanários da França e da Bélgica). Para quem está disposto a pagar, é possível subir ao topo para ter uma vista em 360° de Lille.
A segunda noite em Lille foi diferente da primeira, mas igualmente especial. Najet convidou uma amiga portuguesa – que ela também conheceu no Couchsurfing – e nos ofereceu uma janta tipicamente marroquina: tagine. Desde o equipamento utilizado para fazer a comida (tipo de panela especial para a preparação do prato) até a maneira com que comemos (sem talheres, pegando carne e legumes com pedaços de pão), foi uma experiência inesquecível.
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MAPA:
Já visitei Lille e confesso que a cidade não me fascinou particularmente (talvez em comparação com outras na França), mas adorei visitar a Maison Charles de Gaulle, a casa-natal do general! Foi uma das minhas visitas preferidas na cidade! 🙂