“Mas por que tu vai parar em São Gabriel, guria? Não tem nada pra fazer lá!” Essa foi uma frase que ouvi diversas vezes ao dizer que queria conhecer a Princesa das Coxilhas no começo da viagem de moto entre o Atlântico e o Pacífico. Fui calorosamente recepcionada por gabrielenses que me mostraram as atrações da cidade.
AO REDOR DA PRAÇA DE SÃO GABRIEL
O centro de São Gabriel tem inúmeros prédios históricos belíssimos. Alguns estão bem preservados, enquanto outros carecem de restauração. Passear despreocupadamente procurando imóveis antigos foi o que mais gostei de fazer na cidade. Ao redor da Praça Dr. Fernando Abbott (onde está o chimarródromo em formato de roda de carreta), ficam a Igreja Matriz e a Loja Maçônica Rocha Negra N° 1.
Instituições municipais também funcionam por ali. O Conservatório de Música Iza Meyer e a Biblioteca Pública Municipal Ambrosina Spencer ficam em um sobrado construído em 1826 por um casal de açorianos. O imperador D. Pedro II chegou a hospedar-se na casa em 1846, após o término da Revolução Farroupilha. O imóvel foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1974.
Belas casas particulares também foram construídas na região, incluindo uma com janelas redondas em que Getúlio Vargas discursou em 1950. Há uma foto do evento no Museu Nossa Senhora do Rosário do Bonfim, mais conhecido como Museu do Galo, a poucos metros dali.
O MUSEU DO GALO
O Museu da Igreja do Galo fica em uma antiga igreja de 1817, a primeira matriz da cidade. O primeiro templo de alvenaria da cidade também foi tombado pelo Iphan. Um galo de bronze, que teria sido trazido de São Miguel das Missões em 1805, enfeitava a cúpula até ser roubado em 1985. Dom Pedro II assistiu missa neste local em 1846 e em 1865.
O museu conta com exposições sobre a fundação de São Gabriel, o Tratado de Madri, a Guerra Guaranítica e sobre as reduções guarani-jesuíticas (apesar de que a cidade não fizeram parte dos povos das Missões, pois a maior parte de sua população era Charrua e Minuano). Uma atenção especial é dedicada a Sepé Tiaraju, que teria tombado em São Gabriel em 7 de fevereiro de 1756, em um lugar conhecido como Sanga da Bica.
O MUSEU DA FEB
Outra instituição de memória que vale a visita em São Gabriel é o Museu Gaúcho da FEB. Segundo o guia local, é um dos maiores museus da América Latina sobre a Segunda Guerra Mundial. O museu foi criado originalmente em Porto Alegre em 1978 por um veterano do conflito.
Em 1981 ele foi doado ao município de São Gabriel. Isso por que a cidade era terra natal do comandante da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra, Marechal Mascarenhas de Moraes (um dos vários oficiais generais de quem a Terra dos Marechais se orgulha).
Somente em 1992 ele passou para a antiga Estação Férrea de São Gabriel, erguida em 1906. O trem fazia a linha Rio Grande-Cacequi. Não é permitido fotografias ou gravações no interior do museu, que está aberto de terça a sábado.
A PREFEITURA
O Palácio Plácido de Castro, prédio da prefeitura de 1922, também é icônico de São Gabriel. Desde fora se vê a bela cúpula e as imponentes colunas. A porta principal é de madeira trabalhada com inscrições do brasão dos Estados Unidos do Brasil e da República Rio Grandense. No topo de sua escadaria há uma estátua do Arcanjo Gabriel, padroeiro da cidade.
FORA DO CENTRO
Um pouco mais afastadas da região central de São Gabriel, mas ainda a uma distância caminhável, estão outras atrações. Na beira do Rio Vacacaí há uma estátua de Iemanjá. Ali perto também foi colocado um busto e a carta-testamento do presidente Getúlio Vargas (tal qual a de Santa Maria). No alto de um obelisco Praça do Arcanjo Gabriel há uma homenagem do povo gabrielense a seu padroeiro.
OS IRMÃOZINHOS FUZILADOS
A Capela dos Irmãozinhos é o foco do turismo religioso de São Gabriel. Ela se localiza no quartel do 6º Batalhão de Engenharia de Combate. Esse é o aquartelamento mais antigo do Rio Grande do Sul, datado de 1846.
Dois soldados que tentaram ferir seus superiores foram fuzilados naquele lugar, um em 1853 e outro em 1855. Eles não eram parentes, mas, como suas histórias eram parecidas e eram “irmãos de farda”, tornaram-se os Irmãozinhos Fuzilados. Há incontáveis placas no local agradecendo-lhes graças atendidas.
A PRAÇA ECOLÓGICA E O ESTÁDIO MUNICIPAL
Um atrativo mais moderno é a Praça Ecológica. O espaço de lazer fica ao lado do Estádio Sílvio de Faria Corrêa, onde joga o São Gabriel Futebol Clube. A madeira usada na elaboração dos muros da praça, dos bancos, da pracinha e dos aparelhos para atividades físicas veio de antigos postes de luz, que seriam descartados.
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