Rio Grande do Sul: 7 Povos das Missões em 2 dias

História e belas paisagens se misturam na Região das Missões. Em meio à natureza do nordeste do Rio Grande do Sul, emergem as ruínas de antigas reduções jesuíticas. Os famosos 7 Povos das Missões correspondem, hoje, a seis cidades. A cruz missioneira marca a entrada dos municípios.

Em São Borja, situava-se a redução São Francisco de Borja. Em São Nicolau, estava a redução São Nicolau do Piratini. Na atual São Luiz Gonzaga, ficavam as reduções São Luiz Gonzaga e São Lourenço Mártir. Em Entre-Ijuís, localizava-se a redução São João Batista. Em São Miguel das Missões encontrava-se a redução São Miguel Arcanjo. E em Santo Ângelo, havia a redução Santo Ângelo Custódio.

  • São Francisco de Borja
São Borja (Foto: Augusto dos Santos/Flickr)

São Borja foi o primeiro dos 7 Povos das Missões, mas a redução foi absorvida pela cidade. A única parte que restou foi uma fonte missioneira daquela época, que servia de reserva de água para os Jesuítas. A cidade é conhecida como Terra dos Presidentes, por ser a terra natal de João Goulart e de Getúlio Vargas. No Mausoléu Getúlio Vargas, projetado por Oscar Niemeyer, estão os restos mortais do ex-presidente. O município fica nas margens do Rio Uruguai, que separa o Brasil da Argentina.

7 Povos das Missões
São Nicolau do Piratini

São Nicolau foi a primeira Redução Jesuítica da Companhia de Jesus, fundada em 1626, e refundada em 1687 durante o período dos 7 Povos das Missões. As ruínas, parte do Patrimônio Nacional, ficam no meio da cidade.

Como não é uma área cercada, a visita pode ser feita a qualquer hora. Restaram partes do piso original, do cabildo, da igreja, da adega e do sistema de esgoto. Uma exposição apresenta informações sobre o local e objetos encontrados durante as escavações arqueológicas.

Duas obras feitas com pedras da redução são tombadas como Patrimônio Histórico e Cultural do RS. Uma delas é a Casa de Pedra, um pequeno imóvel na mesma rua da redução. A outra é o Sobrado da Família Silva. O prédio de 1903, parcialmente destruído, desperta interesse naqueles que gostam de casas abandonadas.

7 Povos das Missões
São Luiz Gonzaga

Já não há vestígios da redução de São Luiz Gonzaga, parte dos 7 Povos das Missões, mas os turistas têm outras opções para visitar. A Praça da Matriz é convidativa. Nos bancos, estão inscritas mensagens e informações sobre a cidade. Ao redor dela, estão a igreja e a prefeitura, ambas com belos edifícios.

Na frente da prefeitura, está o monumento do índio Sepé Tiaraju, nascido na redução e um dos líderes da Guerra Guaranítica. Há mais uma estátua, em um dos trevos de acesso, a do poeta e payador Jayme Caetano Braun, natural de Timbaúva, antigo distrito do município. Por causa dele e de outros missioneiros, São Luiz Gonzaga foi declarada a Capital Estadual da Música Missioneira. Outro lugar conhecido é a igreja de pedra que abriga a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes.

7 Povos das Missões
São Lourenço Mártir

O sítio histórico de São Lourenço Mártir é um dos lugares mais envolvente deste passeio. Para chegar até ele, são seis quilômetros de chão batido desde a BR-285. Caminhando sobre o amplo gramado, observa-se ovelhas pastando perto das ruínas. As árvores emolduradas pelos fragmentos de parede da igreja formam uma cena deslumbrante. E, para completar, um velho cemitério acrescenta mistério à atmosfera.

  • São Miguel Arcanjo
7 Povos das Missões
São Miguel Arcanjo

A redução São Miguel Arcanjo é o ponto turístico mais famoso das Missões e a fachada da igreja é um dos cartões-postais mais conhecidos do Estado. O sítio arqueológico, na cidade de São Miguel das Missões, foi tombado pela Unesco como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade em 1983. É o único local do sul do Brasil com esse reconhecimento.

As ruínas são as mais bem conservadas dentre todas dos 7 Povos das Missões. Boa parte da catedral está preservada e a cruz missioneira e o sino seguem praticamente intactos. Um museu apresenta criações de arte sacra missioneira.

Por ser uma atração muito popular – às vezes, a quantidade de gente atrapalha – é cobrado um ingresso de R$ 5. Durante a noite, um espetáculo de som e luz narra acontecimentos da época em que jesuítas e guaranis viviam naquele ambiente.

7 Povos das Missões
São João Batista

A ex-redução de São João Batista, em Entre-Ijuís, foi a visita que menos chamou atenção. Partes da igreja e do colégio ainda estão conservadas. Um conjunto de pequenas estruturas enfileiradas é a característica mais curiosa do lugarejo. Ali, também, o cemitério semiabandonado cria um clima sombrio.

Um monumento de 1959 se confunde em meio às construções do Século 17. É uma obra feita de pedra em homenagem ao padre Antônio Sepp, fundador da redução. A figura representa os pioneiros da siderurgia do Brasil. Para alcançar este destino, percorre-se seis quilômetros de estrada de terra desde a BR-285.

7 Povos das Missões
Santo Ângelo Custódio

Santo Ângelo é maior cidade da região. O maior símbolo do município é a Catedral Angelopolitana. A edificação de 1929 foi feita com arenito no estilo barroco missioneiro. A igreja fica na Praça Pinheiro Machado, uma área ampla muito agradável.

No entorno, um museu a céu aberto pouco funcional – o telhado de vidro impede uma visão clara – expõe fragmentos da redução Santo Ângelo Custódio. Restos das fundações da torre da igreja original, do pátio e do piso de cerâmica estão à mostra. A prefeitura e a Câmara de Vereadores também são prédios bonitos.

COMO CHEGAR NOS 7 POVOS DAS MISSÕES
A estrada para os 7 Povos das Missões é longa, mas agradável

Partindo de Porto Alegre, Santo Ângelo é a cidade mais próxima. Ela pode ser uma boa base para explorar os 7 Povos das Missões. Pelo caminho mais curto, são 440 quilômetros. O caminho mais fácil tem 20 quilômetros a mais. Em ambos corre-se o risco de encontrar neblina na BR-386.

A paisagem campestre até as Missões é linda

Na primeira opção, segue-se pela BR-116 até Canoas e BR-386 até Soledade, onde entra-se na RS-332 até Tapera, em seguida a RS-223 e RS-377 até Cruz Alta, RS-342 até Ijuí, BR-285 até Entre Ijuís e finalmente BR-392 até Santo Ângelo. Além de vários entroncamentos, é preciso ter muita atenção com os grandes buracos entre Cruz Alta e Ijuí.

A estrada não tem muito movimento na maioria das vezes

O melhor trajeto para mim foi BR-116 entre Porto Alegre e Canoas e seguir reto por 270 quilômetros pela BR-386 até Carazinho, uns 165 quilômetros pela BR-285 até Entre-Ijuís e dali somente mais 10 quilômetros pela BR-392 a Santo Ângelo.

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9 comentários Adicione o seu

  1. Que incrível! Eu nunca tinha ouvido falar nesse roteiro, acredita? Amei!

    1. melevaemboraestradaafora diz:

      Vale muito a pena o roteiro, Katarina!

  2. Iason diz:

    Olá, pessoal! acho que seria legal vocês incluirem um link para o site do Tenondé Park Hotel, que é uma sugestão incrível de hospedagem em são miguel das missoes! ficamos lá e nos encantamos, é um dos maiores hoteis da região.

    seria interessante os leitores terem mais esta dica.

    http://www.tenonde.com.br

    1. Oi, Iason! Ótima dica. Eu não recomendo lugares que não conheço, mas se tu tiveres o contato dos donos, posso conversar com eles para fazer uma parceria, ter minha própria experiência no local e aí sim incluí-la aqui no blog!
      Agradeço a sugestão!
      Abraço!

  3. Lourenço machado maia Cardoso diz:

    Um sonho que vou realiza no final desse ano conhecer as missões,numa moto pequena uma fazer 250

    1. Boa, Lourenço! Nossa, se minha 190 me leva longe, imagina tua 250! Aproveita essa viagem. Vai ser linda!

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